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Rinha carioca estava aberta há 17 anos
JOÃO PEQUENO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Apesar de proibida por lei federal, a briga de galo fechada na noite de quinta-feira pela Polícia Federal funcionava desde 1987, sem
que até então tivesse sofrido nenhuma forma de repressão.
O delegado que comandou a
operação, Antônio Carlos Rayol,
diz que está há pouco mais de um
mês no cargo e que agiu por ter
recebido informação da rinha de
entidades não-governamentais.
Segundo a PF, o publicitário
Duda Mendonça foi um dos fundadores do Clube Privê 5 Estrelas,
cujo volume de apostas chegava a
R$ 50 mil em algumas lutas. A rinha contava com bar, restaurante
e churrasqueira e sistema de pagamento por cartão magnético.
Tinha mais de 50 funcionários.
Às 21h de quinta-feira, quando a
PF chegou à casa onde a rinha
funcionava, a cerca de um quilômetro do autódromo de Jacarepaguá, Duda assistia a uma briga de
galos na arena principal sentado
nas cadeiras mais próximas ao
ringue, reservadas aos sócios.
O marqueteiro tinha seu nome
relacionado na lista de fundadores, em um quadro comemorativo afixado em frente à arena.
Na operação, a PF apreendeu 83
galos, muitos deles feridos. Eles ficarão no próprio clube e serão
tratados por veterinários.
Os policiais apreenderam também cheques, R$ 5.000 em notas,
além da contabilidade financeira
do clube, fotos e cartazes. O material está sendo analisado.
Os agentes da Delegacia de
Meio Ambiente da PF encontraram ainda um extrato relacionando movimentação financeira de
R$ 1,7 milhão somente na noite de
quinta-feira.
O quadro de galos inscritos para
as lutas incluía animais vindos do
interior do Rio e até de outros Estados. Segundo o administrador
do clube, Eudes Carneiro, 51, alguns dos galos utilizados na rinha
chegam a custar R$ 1.500.
A Suipa (Sociedade União Internacional Protetora dos Animais) foi alertada na segunda-feira pelo delegado Rayol de que a
PF faria uma operação anteontem
num clube de briga de galos.
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