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Petistas se solidarizam antes do julgamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes de o PT decidir seu futuro, o ex-tesoureiro Delúbio Soares
teve o apoio de companheiros que
defendiam uma punição mais
branda ao principal acusado de financiar o "mensalão".
O argumento desses petistas foi
o de que a prática de caixa dois é
feita entre outros partidos, além
do PT, mesma alegação de Delúbio ao fazer sua defesa no processo de expulsão do partido. Os petistas qualificaram a atuação do
ex-tesoureiro como "erro administrativo" ou "gestão temerária".
Ontem, inclusive, o discurso petista era de reconhecimento da
existência do caixa dois no próprio partido, embora nenhum
dos entrevistados tenha admitido
a prática pessoal.
"Até há pouco tempo, ele [Delúbio] era um gladiador eficiente e
buscava recursos porque o partido optou por fazer campanhas e
chegar ao poder", disse o presidente nacional da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), João
Felício, membro da executiva do
partido e, como tal, com direito a
voto. Felício propôs punição ao
companheiro, mas uma suspensão um a dois anos.
"Não aceito que alguns partidos
que se apoderaram do poder público neste país, e que inventaram
o "valerioduto", se safem (sic) agora como se fossem os grandes defensores da moral e dos bons costumes", disse o presidente da
CUT, em alusão ao PSDB, cujo
presidente nacional, Eduardo
Azeredo (MG), é acusado de se
beneficiar de recursos das empresas de Marcos Valério em sua
campanha à reeleição ao governo
de Minas Gerais, em 1998. Azeredo não foi reeleito na ocasião.
A comparação com o PSDB serviu de mote ao presidente do diretório estadual do PT paulista,
Paulo Frateschi, para defender o
abrandamento da punição a Delúbio. "O que ele fez foi a mesma
coisa que o Azeredo", comparou.
"Eu me sentiria incomodado em
votar [na expulsão] porque todos
fizeram caixa dois", admitiu.
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