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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ O JULGAMENTO
Partido aprova nota em que ataca imprensa e afirma sofrer campanha "caluniosa, virulenta e sistemática" que visa fulminá-lo
Ofensiva conservadora foi contida, diz PT
DA REPORTAGEM LOCAL
Na última atuação da era Tarso
Genro, cuja presidência interina
durou três meses e meio, o Diretório Nacional do PT divulgou
uma resolução na qual afirma que
"a ofensiva das forças conservadoras contra o PT e contra o governo Lula foi contida", num discurso afinado com o do Palácio
do Planalto.
Na nota, aprovada por 32 dos 38
membros do diretório presentes
na votação, o partido atribui a debelação da crise à "demonstração
de força que a militância petista
deu nos dias 18 de setembro e 9 de
outubro [datas das eleições internas que elegeram os novos presidente e diretório], bem como a vitória obtida na eleição do presidente da Câmara dos Deputados". Aldo Rebelo (PC do B-SP)
foi eleito com o apoio do PT.
O documento ataca a imprensa,
acusada de falta de neutralidade, e
a oposição, a quem atribui uma
vontade de "mascarar a corrupção sistêmica aqui existente". "Está em curso uma tentativa de fulminar o projeto do PT para nos
eliminar da cena política democrática."
A nota compara o momento vivido pelo PT à cassação do Partido Comunista do Brasil após o
golpe de 1964. "Não tem precedência na história republicana, a
não ser no curto espaço de existência legal do Partido Comunista
do Brasil antes do golpe de 1964,
uma campanha tão caluniosa, tão
virulenta e tão sistemática contra
uma comunidade partidária."
Embora ataque quem o critica,
o partido reconhece como "justas" algumas das acusações às
quais vem sendo submetido.
"As justas críticas que o nosso
partido recebeu durante esse período de instabilidade política e
de cerco ao governo Lula devem
ser apropriadas por toda a nossa
base militante, aproveitadas para
fundamentar a correção dos nossos erros e impulsionar o PT para
um novo patamar político", afirma a resolução.
O texto petista reconhece que,
ao chegar ao poder, o partido não
conseguiu estabelecer um relacionamento "de novo tipo" com os
partidos políticos que constituem
a base de apoio ao governo.
O PT está convencido de que o
seu calvário deve-se à imprensa.
"Os órgãos de imprensa não são
neutros nem isentos", atacou.
"Boa parte da imprensa não está
somente interessada em combater "desvios éticos'; tem, sobretudo, o propósito de "absolver", previamente à campanha eleitoral, o
governo tucano-pefelista." Para o
partido, "repetidas à exaustão, as
acusações visam criminalizar a
organização partidária".
Bush
O diretório aprovou a convocação de "todos os petistas" para
"ajudar e impulsionar" manifestações convocadas por CUT
(Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra),
UNE (União Nacional dos Estudantes) e CMP (Central dos Movimentos Populares) contra a política do governo Bush [presidente dos Estados Unidos], por ocasião de sua visita ao Brasil, que deve ocorrer em novembro.
(CHICO DE GOIS E CONRADO CORSALETTE)
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