São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ O JULGAMENTO

Partido aprova nota em que ataca imprensa e afirma sofrer campanha "caluniosa, virulenta e sistemática" que visa fulminá-lo

Ofensiva conservadora foi contida, diz PT

DA REPORTAGEM LOCAL

Na última atuação da era Tarso Genro, cuja presidência interina durou três meses e meio, o Diretório Nacional do PT divulgou uma resolução na qual afirma que "a ofensiva das forças conservadoras contra o PT e contra o governo Lula foi contida", num discurso afinado com o do Palácio do Planalto.
Na nota, aprovada por 32 dos 38 membros do diretório presentes na votação, o partido atribui a debelação da crise à "demonstração de força que a militância petista deu nos dias 18 de setembro e 9 de outubro [datas das eleições internas que elegeram os novos presidente e diretório], bem como a vitória obtida na eleição do presidente da Câmara dos Deputados". Aldo Rebelo (PC do B-SP) foi eleito com o apoio do PT.
O documento ataca a imprensa, acusada de falta de neutralidade, e a oposição, a quem atribui uma vontade de "mascarar a corrupção sistêmica aqui existente". "Está em curso uma tentativa de fulminar o projeto do PT para nos eliminar da cena política democrática."
A nota compara o momento vivido pelo PT à cassação do Partido Comunista do Brasil após o golpe de 1964. "Não tem precedência na história republicana, a não ser no curto espaço de existência legal do Partido Comunista do Brasil antes do golpe de 1964, uma campanha tão caluniosa, tão virulenta e tão sistemática contra uma comunidade partidária."
Embora ataque quem o critica, o partido reconhece como "justas" algumas das acusações às quais vem sendo submetido.
"As justas críticas que o nosso partido recebeu durante esse período de instabilidade política e de cerco ao governo Lula devem ser apropriadas por toda a nossa base militante, aproveitadas para fundamentar a correção dos nossos erros e impulsionar o PT para um novo patamar político", afirma a resolução.
O texto petista reconhece que, ao chegar ao poder, o partido não conseguiu estabelecer um relacionamento "de novo tipo" com os partidos políticos que constituem a base de apoio ao governo.
O PT está convencido de que o seu calvário deve-se à imprensa. "Os órgãos de imprensa não são neutros nem isentos", atacou. "Boa parte da imprensa não está somente interessada em combater "desvios éticos'; tem, sobretudo, o propósito de "absolver", previamente à campanha eleitoral, o governo tucano-pefelista." Para o partido, "repetidas à exaustão, as acusações visam criminalizar a organização partidária".

Bush
O diretório aprovou a convocação de "todos os petistas" para "ajudar e impulsionar" manifestações convocadas por CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), UNE (União Nacional dos Estudantes) e CMP (Central dos Movimentos Populares) contra a política do governo Bush [presidente dos Estados Unidos], por ocasião de sua visita ao Brasil, que deve ocorrer em novembro. (CHICO DE GOIS E CONRADO CORSALETTE)

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