São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2001

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Governador cearense consegue apoio em Minas

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O PSDB de Minas Gerais demonstrou ontem, em Belo Horizonte, sua preferência pelo governador Tasso Jereissati (CE) na disputa que Tasso trava com o ministro da Saúde, José Serra, para ser o candidato à sucessão de Fernando Henrique Cardoso.
"Encontro-me profundamente emocionado com a recepção que recebo em Minas Gerais", disse o governador cearense. "Esse é o marco decisivo nessa caminhada que tenho que enfrentar."
Estavam no auditório da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) cerca de 300 pessoas, entre prefeitos, vereadores, quase toda a bancada federal (9 dos 12) e estadual do PSDB, além das três principais lideranças tucanas em Minas: o presidente da Câmara, Aécio Neves, o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) e o ex-governador Eduardo Azeredo.
Tasso foi recebido com banda de música e muitos aplausos. Foi elogiado à exaustão pelos oradores, que se dividiram entre representantes das bases do partido e primeiro escalão.
No início do mês, Serra esteve em Contagem para liberar verbas. Aécio, Azeredo e a direção do PSDB mineiro estavam lá -Pimenta estava retornando da viagem à Europa com FHC. Mas, comparativamente com a recepção dada a Tasso, ficou claro desde a entrada no CDL a preferência dos mineiros pelo cearense.
Aécio Neves, porém, não deixou transparecer sua preferência. Foi o mais comedido de todos e, na sua fala, destacou que o PSDB mineiro estava "inaugurando o processo adequado para chegar à decisão correta": "Qualquer candidatura inventada ou imposta de cima para baixo a esse partido não será aceitável. (...) Candidatura majoritária tem que surgir a partir da consulta às bases", disse.
Pimenta e Azeredo deixaram claro o seu apoio: "Quem sabe todos que aqui estão possam se transformar a partir de hoje em fiéis seguidores de sua campanha à Presidência", disse Pimenta. "Não há nenhuma dúvida de que o governador Tasso Jereissati está preparado pessoalmente e politicamente para cumprir essa tarefa." Azeredo, por sua vez, afirmou: "O Tasso tem um jeitinho bem mineiro, é sereno. É disso que o Brasil precisa. O PSDB vai definir o seu candidato. Tasso é sem dúvida alguma um homem com todas as condições para fazer com que o Brasil avance mais".
O diretório mineiro do PSDB sempre foi uma das prioridades de Tasso para se manter pré-candidato. Representativamente, tem peso quase igual ao de São Paulo, além de estar em um Estado que tem o segundo colégio eleitoral do país (12,3 milhões de eleitores).
Tasso não escondeu sua satisfação. Na sua fala aos presentes, disse que conquistar os tucanos de Minas era uma das duas "condições mais importantes" que colocou para continuar na disputa.
"A primeira delas foi a recepção que me foi dada em São Paulo, principalmente pelas lideranças paulistas seguidoras da maior e mais simbólica liderança do nosso partido em todo o Brasil, o nosso saudoso governador Mário Covas. A segunda mais importante seria que tivéssemos algum respaldo do PSDB de Minas Gerais."
A recepção a Tasso foi preparada pelo presidente do PSDB mineiro, o deputado federal Danilo de Castro, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, de quem o governador é padrinho político.


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