São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ PESQUISA

Índice atinge 46,7% contra 39,3% na última projeção; José Serra vence no segundo turno na simulação eleitoral por quatro pontos

Quase metade dos eleitores rejeita Lula, mostra CNT/Sensus

FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O percentual de eleitores que não votaria em Luiz Inácio Lula da Silva se as eleições fossem hoje atinge 46,7%, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem. O aumento foi de mais de 7 pontos percentuais em relação ao índice de rejeição ao presidente constatado na última pesquisa, em setembro (39,3%). Essa rejeição ameaça o projeto de reeleição do presidente, diz o responsável pela pesquisa.
"Com uma rejeição de 35%, o candidato está dentro do jogo político. Com 40% ou mais, nunca vi alguém se eleger", afirmou o presidente do instituto Sensus, Ricardo Guedes. "Com estes indicadores, fica difícil a reeleição."
Na semana passada, Lula disse em entrevista a emissoras de rádio que iria disputar as eleições e depois afirmou que foi um lapso.
A pesquisa, realizada de 14 a 17 de novembro em 195 cidades de 24 Estados, mostrou, além do aumento da rejeição, que a aprovação pessoal do presidente oscilou negativamente de 50% em setembro para 46,7% em novembro -é o pior nível desde a posse. Foram realizadas 2.000 entrevistas. A margem de erro é de 3 pontos.
O item registra queda nas últimas seis pesquisas CNT/Sensus. Em fevereiro deste ano a aprovação de Lula era de 66,1%. O maior nível atingido pelo presidente, em janeiro de 2003, foi de 83,6%.
Na opinião de 72,6% dos entrevistados, a imagem de Lula foi afetada pela crise política a ponto de prejudicar sua reeleição.
Para 42,8% dos entrevistados o presidente participou dos atos de corrupção denunciados atualmente e 41,3% dizem que não. A grande maioria (82,1%) afirma que não votaria, de jeito nenhum, em um político envolvido em irregularidades, enquanto 13,9% disseram que o importante é o que ele faz pelo povo.
O levantamento revela ainda que se a maioria dos pesquisados (77,5%) acredita que ainda podem surgir novos fatos sobre as denúncias de corrupção e 64,6% afirmam que a crise política vai influenciar seu voto nas eleições.
Mesmo com os mais baixos índices de aprovação e o maior nível de rejeição, Lula apareceu na frente de todos os candidatos em todas as simulações de primeiro turno realizadas.
No cenário de segundo turno, o atual presidente é ultrapassado pelo prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB). Na pesquisa de setembro, os dois apareciam empatados tecnicamente: Lula tinha 37,9% e Serra, 37,5%.
Agora, o prefeito vence por 41,5% a 37,6%. Guedes afirmou que a possibilidade de empate é de aproximadamente 32%.


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