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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Perdas e danos
Materializada a denúncia contra os envolvidos no
valerioduto mineiro, tucanos e governistas tratavam
ontem de inventariar os prejuízos de cada lado -obviamente concluindo que o adversário se saiu pior.
Os primeiros, pegos de surpresa em pleno congresso do partido, fingiram-se de mortos em público e, reservadamente, alegavam que Lula tem na roda um
ministro da cozinha do Planalto, enquanto o fardo do
PSDB é um senador já mais ou menos rifado.
No governo, que já se desembaraçou de Walfrido
dos Mares Guia, a ordem era argumentar que o PSDB
perdeu mais: não poderia mais usar a palavra mensalão sem o risco de uma réplica que atribua ao partido a
"gênese" do principal escândalo da era Lula.
Era o cara. De um tucano
mineiro sobre a relação entre
os principais denunciados de
ontem: "O Walfrido mandava
mais no governo do Azeredo
que o Zé Dirceu no do Lula".
Prioridades. Enquanto os
demais governadores tucanos
estavam no congresso da sigla, Cássio Cunha Lima negociava com Lula a liberação de
verbas do PAC para a Paraíba
e meios de garantir o voto do
senador e correligionário Cícero Lucena a favor da CPMF.
Mau agouro. Lula pediu
ao presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC),
que deixe de dar declarações
sobre o quanto está difícil
aprovar a CPMF. "O Brasil
não precisa entrar em campo
com o Galvão Bueno dizendo
que não ganha do adversário
há oito anos", comparou.
No lucro. Na véspera de virar ministro, José Múcio teve
longa conversa com o presidente de seu partido, Roberto
Jefferson. A relação entre ambos não chega a ser tranqüila,
mas é bem melhor que a de
Jefferson com Mares Guia.
Sinal 1. Ao reunir a Executiva do PTB na próxima quarta, a idéia de Jefferson é recomendar o voto contra a
CPMF, mas sem fechar questão. Atende assim a apelo de
petebistas como Fernando
Collor, favoráveis ao imposto.
Sinal 2. Mas um outro fechamento de questão sairá da
reunião do PTB: contra a possibilidade de terceiro mandato consecutivo para Lula.
Medidas. Aécio Neves bateu José Serra no "palmômetro" do congresso tucano. Mas
o paulista mereceu três menções elogiosas no discurso de
Fernando Henrique, e o mineiro, apenas uma, neutra.
Parceria 1. O governador
Sérgio Cabral (PMDB) sancionará lei dando poder à Receita do Rio para fiscalizar royalties do petróleo. O Estado
também aprovará, a pedido de
São Paulo, um novo convênio
para cobrar ICMS das plataformas de exploração.
Parceria 2. Na próxima
terça, Serra irá ao Rio assinar
protocolo de substituição tributária para produtos farmacêuticos e de higiene pessoal.
O ICMS passará a ser cobrado
na fábrica, e não mais na loja.
Lenha. Petistas da CUT atacam a decisão do PC do B de
fundar uma nova central sindical, a ser oficializada em dezembro. Divulgaram nota
apontando "erro histórico" do
aliado. Os dissidentes responderam na mesma moeda: dizem que os cutistas sofrem de
"paralisia" desde o início do
primeiro governo Lula.
Visitas à Folha. Pamela
Hartigan, diretora-executiva
da Fundação Schwab, visitou
ontem a Folha. Estava acompanhada de Marlene Peret,
consultora da fundação no
Brasil, e de Tião Rocha, vencedor do Prêmio Empreendedor Social de 2007.
Cezar Britto, presidente da
Ordem dos Advogados do
Brasil, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de
Ophir Cavalcante Junior, tesoureiro da OAB, de Alberto
Zacharias Toron, do escritório Toron, Torihara e Szafir, e
de Irineu Tamanini, assessor
de imprensa da OAB.
Tiroteio
"O PSDB parece ter entendido que, se Lula
tiver na mão o dinheiro de quatro anos de CPMF,
vai arrebentar com todo mundo em 2010."
Do presidente do PTB, ROBERTO JEFFERSON, sobre a resistência
da ala tucana influenciada por Fernando Henrique Cardoso em
ajudar o governo a aprovar a prorrogação do imposto do cheque.
Contraponto
Lobo mau
Na tarde de ontem, com as atividades no Senado eclipsadas pela denúncia do procurador-geral da República
contra os 15 do valerioduto mineiro e pelo congresso do
PSDB, o que mais chamava a atenção no plenário da Casa
eram os resultados da recente cirurgia plástica a que se
submeteu Mão Santa (PMDB-PI).
Embora aos colegas parecesse uma intervenção mais
ampla no rosto, o peemedebista fez questão de dizer que
havia apenas levantado as pálpebras. E, para demonstrá-lo, tentou ser galante com Kátia Abreu (DEM-TO):
-Só abri os olhos para te ver melhor...
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