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PF prende 16 suspeitos por fraude na BA
Entre detidos durante a operação está o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Antonio Honorato
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Uma operação da Polícia Federal prendeu ontem em Salvador 16 suspeitos de participar
de uma organização criminosa
especializada em fraudar contratos e licitações de secretarias e outros órgãos públicos,
entre eles o presidente do TCE
(Tribunal de Contas do Estado)
baiano, Antonio Honorato.
Também foram presos o ex-deputado estadual e ex-presidente do Bahia, Marcelo Guimarães, e a procuradora-geral
da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Ana Guiomar.
De acordo com a PF, as investigações da Operação Jaleco
Branco, que começaram em
2005, apontam para formação
de cartel, superfaturamento de
preços e utilização de empresas
de fechada. O prejuízo causado
aos cofres públicos é de cerca
de R$ 625 milhões, segundo informações da PF -três delegados que participaram da operação não quiseram revelar os
seus nomes.
A maior parte dos detidos
trabalha no setor de prestação
de serviços. A PF informou que
o esquema era composto por
empresários do ramo de prestação de serviços, principalmente de conservação, limpeza
e segurança, e atuava na Bahia
em licitações federais, estaduais e municipais.
Os supostos crimes contariam com a participação de servidores de vários órgãos. Durante a ação, os agentes apreenderam 18 carros, computadores, documentos e dinheiro
(quantia não revelada).
Para a PF, os acusados organizaram uma espécie de "consórcio" para fraudar as licitações -eles combinavam os preços e dividiam os clientes.
Quando encontravam dificuldades para receber os pagamentos, os empresários, segundo a PF, recorriam à influência
do presidente do TCE, Antonio
Honorato.
Agentes que participaram da
operação informaram que Honorato, ex-presidente da Assembléia Legislativa da Bahia,
foi flagrado em grampos telefônicos conversando com alguns
empresários presos. Nos diálogos, o presidente do TCE teria
prometido "ajudar" o grupo a
receber mais rapidamente pagamentos de órgãos do Estado.
A PF disse ainda que também
foram presos servidores do
INSS e da Receita Federal, que
emitiam certidões negativas indevidas a empresas.
Segundo a PF, Ana Guiomar
foi presa porque a UFBA, desde
1998, não faz licitação para contratar empresas de segurança.
Marcelo Guimarães foi detido
porque teria se envolvido com
fraudes em licitações -ele seria
dono de empresa de segurança.
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