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Lula enquadra PT nos Estados e diz que prioridade é Dilma
Para presidente, "cada um olha para o seu umbigo" ao invés de priorizar projeto nacional
Lula estende apelo a aliados, mas crê que, por candidata a presidente ser petista, cabe ao seu partido fazer mais sacrifícios em acordos locais
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
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A ex-prefeita Marta Suplicy vota para o novo comando do PT, que
assume em fevereiro, no diretório do PT em Pinheiros, em São Paulo
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MÁRCIO FALCÃO
DA FOLHA ONLINE
Num recado para PT e aliados fazerem concessões nas
alianças estaduais em benefício
da virtual candidatura ao Palácio do Planalto da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que, "na prática,
você não tem como fazer dois
discursos pedindo votos para
candidatos diferentes".
Depois de votar nas eleições
internas do PT para renovar a
direção partidária, Lula afirmou que, nas eleições de outubro de 2010, "deve prevalecer o
projeto nacional". No entanto,
declarou não ter "mais ilusão".
Reconheceu que, por mais que
recomende ao PT e aos aliados
priorizar a candidatura presidencial, "cada um olha para o
seu umbigo e prevalecem as
questões dos Estados".
Lula afirmou que "divergências dentro da base aliada nos
Estados" não podem criar "impeditivo para a ministra Dilma
ter dois ou mais candidatos
apoiando sua candidatura".
Acompanhando o presidente, Dilma disse que a "ótica nacional se sobrepõe necessariamente". Mas ressalvou que não
poderia ser "fundamentalista",
pois é preciso "levar em conta
as realidades locais, porque os
interesses locais são legítimos".
Lula e Dilma votaram ontem
de manhã em Brasília, na sede
nacional do PT. Ambos apoiam
a candidatura do ex-senador e
ex-presidente da BR Distribuidora José Eduardo Dutra, da
chapa da CNB (Construindo
um Novo Brasil), denominação
do antigo grupo moderado que
tem maioria no partido. De camisa vermelha como Lula e Dilma, a primeira-dama Marisa
Letícia também votou ontem.
Reservadamente, um auxiliar do presidente disse que Lula tem pedido não só ao PT, mas
também aos partidos aliados,
concessões nas alianças estaduais a favor de Dilma. Como o
PT tem Dilma, caberia ao partido fazer mais sacrifícios.
Lula tem se empenhado diretamente para apaziguar conflitos entre PT e PMDB nos Estados. Apesar disso, pretende se
dedicar mais a alguns candidatos petistas. Exemplo: Dilma
deve ter dois palanques na Bahia, o do governador candidato
à reeleição, Jaques Wagner
(PT), e o do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira
Lima, que pretende disputar o
Palácio de Ondina pelo PMDB.
Lula não gostou de recente encontro de Geddel com o governador José Serra (SP), pré-candidato do PSDB a presidente, .
Lula vai priorizar Wagner.
Seis tendências do PT lançaram candidatos à presidência
da sigla. Com apoio de Lula,
Dilma e dos principais dirigentes do partido, Dutra é o virtual
eleito. Se houver segundo turno, o mais provável seria enfrentar um candidato de outro
grupo moderado, o "Mensagem
ao Partido" -que apresentou o
deputado federal José Eduardo
Martins Cardozo (SP).
Pela tendência de centro
"Movimento PT", que se alia
normalmente aos moderados
nas grandes questões partidárias, concorreu o deputado federal Geraldo Magela (DF).
Três grupos da esquerda tiveram postulantes: a deputada
federal pelo Espírito Santo
Iriny Lopes (Articulação de Esquerda) e os militantes Markus
Sokol (O Trabalho) e Serge
Goulart (Esquerda Marxista).
A previsão é que o resultado
das eleições seja divulgada até
amanhã ou quarta-feira. O PT
tem 1,3 milhão de filiados aptos
a votar no PED (Processo de
Eleição Direta). A nova direção
terá mandato de dois anos. Tomará posse em 10 de fevereiro
-dia em que o PT completará
30 anos. De 18 a 20 do mesmo
mês, acontecerá o 4º Congresso
do partido em Brasília.
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