São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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Para Tarso, Itália mostra que caso Battisti é político

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que as declarações de autoridades italianas pela extradição do terrorista Cesare Battisti mostram que o caso "é político" e poderão abrir uma brecha para um novo pedido de refúgio.
"Nosso papel [do Ministério da Justiça] já terminou. A não ser que o advogado dele queira, em face das últimas declarações de ministros italianos, fazer um novo pedido de refúgio com novos fundamentos."
Segundo Tarso, o "interesse especial demonstrado por uma parte do governo italiano" na extradição é político.
Battisti foi condenado em 1988 à prisão perpétua, na Itália, por quatro assassinatos nos anos 1970, quando integrava o grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo. Para a Justiça italiana, foram crimes comuns.
Em janeiro, o terrorista recebeu do governo brasileiro o status de refugiado político, que foi derrubado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na semana passada, Tarso afirmou que há "crescimento preocupante do fascismo em parte da população italiana". O presidente do Senado italiano, Maurizio Gasparri, classificou a declaração como "patetice".
Ontem, Tarso criticou o STF por ter julgado se Battisti poderia ou não ser extraditado, mas elogiou a decisão que devolveu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a decisão sobre o caso.
Ontem, Lula se esquivou de opinar sobre o caso: "Não recebi sequer a decisão [do STF]. Quando eu receber, vou tomar a decisão. Todo mundo já deu palpite no caso Battisti, agora a decisão é minha. Na hora que eu tiver, eu digo pra vocês".


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