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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Fala que eu te escuto
A Presidência da República contratou uma série de
pesquisas de opinião para saber como capitalizar os
programas sociais do governo nas eleições municipais. Logo no início de 2008, serão duas quantitativas
presenciais, seis por telefone e seis qualitativas. Tudo
para captar as percepções da população sobre Bolsa
Família, Pronaf, Luz para Todos e -claro- PAC.
As pesquisas serão feitas pela Universidade de Brasília ao custo de R$ 1,53 mi. As conclusões vão balizar
a propaganda institucional do governo, que já estará a
cargo das agências vencedoras da licitação para a nova
conta de R$ 150 mi da Secom (Secretaria de Comunicação). O resultado deve sair em janeiro.
Fashion. Ao receber Lula
dias atrás em Caracas, Hugo
Chávez rasgou elogios ao visual do colega. "Onde é que
você arranja essas camisas?",
indagou o venezuelano. Lula
então pediu que fossem tiradas as medidas de Chávez e ficou de presenteá-lo com algumas camisas que serão confeccionadas por seu alfaiate.
Programado. Um ministro
comenta o suposto descontentamento do presidente
com o surto de "sincerocídio"
do ministro da Fazenda pós-rejeição do imposto do cheque: "O Guido só fala e faz o
que o que o Lula manda".
Desligado. O senador Arthur Vírgílio (PSDB-AM), herói da resistência oposicionista à CPMF, telefonou para
Lula dias depois da derrubada
do imposto. O presidente não
atendeu. Nem ligou de volta.
Padrão. Os "demos" esperam que a perfeita sintonia
entre Jorge Bornhausen e
Fernando Henrique Cardoso,
vitoriosa na operação CPMF,
funcione também para convencer o tucano a não se engajar abertamente na defesa da
candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura paulistana
-o que seria de enorme utilidade a Gilberto Kassab.
Vai esperando. Quem
conversa com os integrantes
da Comissão de Orçamento,
um pessoal que não nasceu
ontem, sai com a impressão
de que nem em sonho o governo conseguirá passar a tesoura em R$ 10 bi de emendas,
como é de seu desejo.
Sem dúvida. Nenhum dos
adversários leva a sério a hipótese de ACM Neto (DEM)
ficar fora da cédula na eleição
de Salvador. Se o deputado
não disputar em 2008, perde a
primazia sobre a herança política do avô. Disputando,
mesmo se perder sairá da
campanha maior do que entrou. E com a possibilidade de
retornar à Câmara até decidir
o que fazer em 2010.
Poeira. Enquanto o prefeito
Iris Rezende (PMDB) surfa à
frente das pesquisas de intenção de voto em Goiânia, o
DEM empacou na construção
de sua candidatura. O ex-deputado Vilmar Rocha quer,
mas patina nos números. Já o
senador Demóstenes Torres é
competitivo, mas prefere se
guardar para 2010.
Pra frente 1. Segundo
pesquisa Ibope encomendada
pelo Ministério do Esporte,
82% aprovam o Brasil como
sede da Copa de 2014, e 29%
acham que o país fará o melhor Mundial da história.
Pra frente 2. Cinco meses
depois do Pan do Rio, 81% disseram que os Jogos foram
"bem organizados", e 73%,
que os recursos foram "bem
aplicados". Na esteira do
evento, 79% consideram que
o Brasil tem condições de receber uma Olimpíada.
Puxadinho. Vítima da crônica escassez de espaço para
acomodar tantos ministérios,
a Secretaria da Igualdade Racial alugou um andar inteiro
em um edifício comercial de
Brasília para servir de escritório a parte de seus 200 funcionários. O custo anual será de
R$ 238.800. Outra parte continuará espremida no bloco A
da Esplanada, também conhecido como "cortição", por
abrigar diversos órgãos.
Tiroteio
"Quem decide se haverá ou não corte nas
emendas parlamentares somos nós,
que aprovamos o Orçamento. O governo
que arrume outro lugar para cortar."
Do deputado federal CIRO NOGUEIRA (PP-PI), sobre o desejo
do Executivo de passar a tesoura nas emendas ao Orçamento
de 2008 para compensar a perda da arrecadação da CPMF.
Contraponto
Direito de antigüidade
Em seu recém-lançado livro de memórias, Paulo Egydio
Martins conta que, quando governador de São Paulo
(1975-1979), comprou o painel "Tiradentes", de Candido
Portinari, para instalar no Palácio dos Bandeirantes. A
aquisição despertou a ira de seu velho amigo Aureliano
Chaves, então governador de Minas Gerais:
-O quadro vai voltar para Minas de qualquer jeito. É
uma cena que se passa em Minas!-, protestou ele.
Ao que Paulo Egydio respondeu:
-Não se esqueça de que Minas pertenceu à capitania de
São Paulo. O quadro não sai de São Paulo coisa nenhuma!
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