São Paulo, domingo, 23 de dezembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Fala que eu te escuto

A Presidência da República contratou uma série de pesquisas de opinião para saber como capitalizar os programas sociais do governo nas eleições municipais. Logo no início de 2008, serão duas quantitativas presenciais, seis por telefone e seis qualitativas. Tudo para captar as percepções da população sobre Bolsa Família, Pronaf, Luz para Todos e -claro- PAC.
As pesquisas serão feitas pela Universidade de Brasília ao custo de R$ 1,53 mi. As conclusões vão balizar a propaganda institucional do governo, que já estará a cargo das agências vencedoras da licitação para a nova conta de R$ 150 mi da Secom (Secretaria de Comunicação). O resultado deve sair em janeiro.

Fashion. Ao receber Lula dias atrás em Caracas, Hugo Chávez rasgou elogios ao visual do colega. "Onde é que você arranja essas camisas?", indagou o venezuelano. Lula então pediu que fossem tiradas as medidas de Chávez e ficou de presenteá-lo com algumas camisas que serão confeccionadas por seu alfaiate.

Programado. Um ministro comenta o suposto descontentamento do presidente com o surto de "sincerocídio" do ministro da Fazenda pós-rejeição do imposto do cheque: "O Guido só fala e faz o que o que o Lula manda".

Desligado. O senador Arthur Vírgílio (PSDB-AM), herói da resistência oposicionista à CPMF, telefonou para Lula dias depois da derrubada do imposto. O presidente não atendeu. Nem ligou de volta.

Padrão. Os "demos" esperam que a perfeita sintonia entre Jorge Bornhausen e Fernando Henrique Cardoso, vitoriosa na operação CPMF, funcione também para convencer o tucano a não se engajar abertamente na defesa da candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura paulistana -o que seria de enorme utilidade a Gilberto Kassab.

Vai esperando. Quem conversa com os integrantes da Comissão de Orçamento, um pessoal que não nasceu ontem, sai com a impressão de que nem em sonho o governo conseguirá passar a tesoura em R$ 10 bi de emendas, como é de seu desejo.

Sem dúvida. Nenhum dos adversários leva a sério a hipótese de ACM Neto (DEM) ficar fora da cédula na eleição de Salvador. Se o deputado não disputar em 2008, perde a primazia sobre a herança política do avô. Disputando, mesmo se perder sairá da campanha maior do que entrou. E com a possibilidade de retornar à Câmara até decidir o que fazer em 2010.

Poeira. Enquanto o prefeito Iris Rezende (PMDB) surfa à frente das pesquisas de intenção de voto em Goiânia, o DEM empacou na construção de sua candidatura. O ex-deputado Vilmar Rocha quer, mas patina nos números. Já o senador Demóstenes Torres é competitivo, mas prefere se guardar para 2010.

Pra frente 1. Segundo pesquisa Ibope encomendada pelo Ministério do Esporte, 82% aprovam o Brasil como sede da Copa de 2014, e 29% acham que o país fará o melhor Mundial da história.

Pra frente 2. Cinco meses depois do Pan do Rio, 81% disseram que os Jogos foram "bem organizados", e 73%, que os recursos foram "bem aplicados". Na esteira do evento, 79% consideram que o Brasil tem condições de receber uma Olimpíada.

Puxadinho. Vítima da crônica escassez de espaço para acomodar tantos ministérios, a Secretaria da Igualdade Racial alugou um andar inteiro em um edifício comercial de Brasília para servir de escritório a parte de seus 200 funcionários. O custo anual será de R$ 238.800. Outra parte continuará espremida no bloco A da Esplanada, também conhecido como "cortição", por abrigar diversos órgãos.

Tiroteio

"Quem decide se haverá ou não corte nas emendas parlamentares somos nós, que aprovamos o Orçamento. O governo que arrume outro lugar para cortar."


Do deputado federal CIRO NOGUEIRA (PP-PI), sobre o desejo do Executivo de passar a tesoura nas emendas ao Orçamento de 2008 para compensar a perda da arrecadação da CPMF.

Contraponto

Direito de antigüidade

Em seu recém-lançado livro de memórias, Paulo Egydio Martins conta que, quando governador de São Paulo (1975-1979), comprou o painel "Tiradentes", de Candido Portinari, para instalar no Palácio dos Bandeirantes. A aquisição despertou a ira de seu velho amigo Aureliano Chaves, então governador de Minas Gerais:
-O quadro vai voltar para Minas de qualquer jeito. É uma cena que se passa em Minas!-, protestou ele.
Ao que Paulo Egydio respondeu:
-Não se esqueça de que Minas pertenceu à capitania de São Paulo. O quadro não sai de São Paulo coisa nenhuma!


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