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ANÁLISE
"Votos" de Lula podem igualar Dilma a Serra
MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA
A capacidade de transferência de votos que o presidente
Lula demonstra ter elevando
sua candidata Dilma Roussef
(PT) ao atual patamar de 23%
não se esgotou. Uma análise
mais detalhada da última pesquisa Datafolha mostra que há
15% de brasileiros que manifestam o desejo de votar no candidato apoiado pelo presidente,
mas não sabem ainda que Dilma é sua escolhida, deixando de
optar por ela.
Este percentual equivale, em
termos quantitativos, à diferença que mantém José Serra
(PSDB, 37%) na liderança do
quadro mais provável de candidaturas nesse momento, formado ainda por Ciro Gomes (PSB,
13%) e Marina Silva (PV, 8%).
Para chegar a essa conclusão
o Datafolha combinou os resultados de três perguntas: intenção de voto estimulada, grau de
influência de Lula como cabo
eleitoral e o conhecimento de
Dilma como candidata do presidente.
Somando-se os que não escolhem Dilma, mas outro candidato (58%), os que optam por votar em branco ou anular (9%) e
os que não sabem em quem votar (10%) chega-se a 77% da população adulta que não declara,
neste momento, apoio à petista.
Dentre estes, 21% afirmam que
votariam com certeza em um
candidato apoiado por Lula. Estes dividem-se em 6% que identificam Dilma como candidata
de Lula e 15% que não sabem
quem Lula apoia.
Há, portanto, 15% da população que, neste momento, não
declara intenção de votar em
Dilma, não sabe que ela é a candidata de Lula, mas afirma que
votaria com certeza em um candidato apoiado pelo presidente.
Mas, para que isso se transforme em apoio real, há que se
considerar as variáveis que
agem sobre o processo eleitoral.
Estratégias de comunicação e o
posicionamento dos candidatos
nos segmentos específicos do
eleitorado tornam fundamental
o conhecimento do perfil desses
15% de potenciais novos eleitores governistas, que ainda não
identificaram a candidata de
Lula.
A característica mais marcante desse estrato é a baixa escolaridade. Enquanto na média da
população brasileira adulta,
48% têm grau de escolaridade
fundamental, nesse segmento,
essa taxa vai a 68%.
O mesmo ocorre com a renda.
Na média, 43% dos brasileiros
têm renda familiar de até dois
salários mínimos. No segmento
dos potenciais eleitores de Dilma, esse percentual vai a 59%.
Além disso, 36% vivem no Nordeste e 20% no Norte ou Centro-Oeste, índices que superam
a média em oito e cinco pontos
percentuais, respectivamente.
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