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Falta de tradutor atrasa
investigação sobre caso
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Dez dias após a Justiça Federal
ter decretado o bloqueio das contas dos quatro fiscais fluminenses
e dos quatro auditores federais, a
carta rogatória com a ordem judicial nem sequer saiu do Rio. Motivo: falta tradutor que faça a versão
do documento para o francês.
A Justiça Federal paga a um tradutor R$ 50 por três horas de trabalho. Por causa do valor, considerado baixo, nenhum tradutor
aceitou até agora a tarefa. Por causa disso, o processo sobre o esquema supostamente comandado pelo fiscal Rodrigo Silveirinha
Corrêa está parado.
O juiz da 3ª Vara Criminal Federal do Rio, Lafredo Lisboa, bloqueou as contas no último dia 13,
a pedido do Ministério Público
Federal. A carta rogatória, com a
ordem judicial expedida por Lisboa, deveria ter sido encaminhada ao Ministério da Justiça, já traduzida para o francês. Caso contrário, a carta seria devolvida à 3º
Vara Federal.
Do Ministério da Justiça, ela era
seria remetida ao Ministério das
Relações Exteriores, único órgão
do governo com competência para enviar o pedido judicial ao governo suíço.
Anexo
A Folha apurou que, anexada à
ordem judicial, o juiz fez um pedido oficial de informações sobre a
existência das contas bancárias.
Até agora, Lisboa não acredita
que há provas suficientes para
condenar os oito suspeitos.
O mapa das contas bancárias
anexadas ao relatório suíço, enviado ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, pelo
Ministério Público suíço, não tem
timbre ou qualquer identificação
do UBP (Union Bancarie Privée),
onde o dinheiro estaria depositado. Não há também nenhuma assinatura de funcionários do banco atestando o documento.
Apenas com o cruzamento dos
dados obtidos com a quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos e com o pedido de informações oficiais do Ministério Público, se poderá juntar provas suficientes contra o grupo. Mas, para
que as investigações andem, a Justiça depende de um tradutor.
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