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SERRA PELADA
Crime pode ter ligação com disputa de facções
Outro líder garimpeiro é morto em menos de três meses no Pará
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O sindicalista e líder garimpeiro
de Serra Pelada (PA), José Mendes, 63, foi assassinado em uma
emboscada quando chegava em
casa anteontem, por volta das
22h, com um tiro de espingarda
na nuca. A Polícia Civil suspeita
que o crime esteja relacionado à
disputa pelo comando da Coomigasp (Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada) e trabalha
com a hipótese de crime por vingança ou por encomenda.
Três facções disputam o comando da cooperativa desde setembro de 2002, quando o Congresso autorizou a exploração do
ouro em cem hectares da área. A
aprovação do decreto gerou a "segunda febre do ouro" na região
com a volta de 5.000 garimpeiros.
Mendes foi morto com uma espingarda calibre 20 no distrito de
Serra Pelada, que pertence ao município de Curionópolis -800
km ao sul de Belém.
Ele é o segundo sindicalista assassinado em Serra Pelada em
menos de três meses. O presidente do Singarc (Sindicato dos Garimpeiros de Curionópolis), Antônio Clênio Lemos, foi morto em
16 de novembro de 2002. O inquérito ainda está em andamento.
Mendes era presidente da comissão de pró-reintegração dos
garimpeiros excluídos. Defendia
uma intervenção na cooperativa e
morava em Serra Pelada desde
meados da década de 80.
Ele integrava o grupo que defende a reintegração de 43 mil ex-garimpeiros inadimplentes ao
quadro da cooperativa.
O secretário de Segurança Pública do Pará, Ivanildo Alves Pontes, determinou o deslocamento
de 40 homens da PM para o local e
uma equipe de oito investigadores e dois delegados. Eles farão
uma operação de desarmamento.
A polícia diz já ter pistas sobre o
assassino, mas o nome dele é
mantido em sigilo. "Já levantamos um possível suspeito, mas o
caso é um quebra-cabeças. Investigamos a hipótese de crime por
encomenda ou vingança. A motivação seria a disputa pela cooperativa", disse o superintendente
regional da Polícia Civil, Sílvio
Maués.
(MAURÍCIO SIMIONATO)
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