São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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Para escolhido, política é surpreendente

JULIANNA SOFIA E
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo ministro da Previdência, Amir Lando, afirma que sua gestão será uma "continuidade" da administração Ricardo Berzoini, porém com "estilo" diferente.
Surpreendido pela nomeação, Lando admite não ter projetos para a pasta nem intimidade com a área. Para ele, ocupar a Previdência é uma "missão" partidária e de governo que não poderia recusar.
Lando reconhece que o PMDB, participando do governo, não poderá agir com independência. Ele acredita que o partido não apenas ocupará espaço, mas participará do núcleo de decisões do governo.
 

Folha - Seu nome não constava das listas divulgadas. O sr. se surpreendeu com a escolha?
Amir Lando -
A política é surpreendente, imprevisível e, às vezes, a imaginação fica aquém da realidade. A realidade sempre é mais fantástica. Então, eu diria: aconteceu e encaro como um desafio. É uma delegação partidária, mas é, sobretudo, uma tarefa outorgada pelo governo. E eu tenho que enfrentar com muita responsabilidade, determinação, engenho, arte e, sobretudo, amor.

Folha- O sr. disse ter sido pego de surpresa. Já tem algum projeto?
Lando -
Não tenho projeto. Quero reforçar que será a continuidade da administração Berzoini. O ministro foi um gigante, fez um trabalho imenso na Previdência. Vamos seguir a coluna dorsal, porque não é uma política de ministro, mas de governo. O estilo poderá alterar a forma de realizar, mas o objetivo e o conteúdo serão aqueles já traçados.

Folha- Berzoini chegou a ganhar o troféu de crueldade do PFL pelo tratamento aos aposentados. O sr., agora, fala de estilo diferente. Como o senhor define esse estilo?
Lando -
Eu quis deixar claro que o máximo que posso mudar é o estilo de ser, mas o conteúdo será o mesmo. Não quero entrar em programas, seria irresponsável.

Folha- Seu nome foi escolhido pelo presidente, mas não havia consenso na bancada. Isso não enfraquece a escolha?
Lando -
A metodologia adotada foi a de abrir uma lista. Se o nome não fosse escolhido pela bancada, ficaria mal. Daí, a idéia dominante foi dar a opção ao presidente.


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