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Para escolhido, política é surpreendente
JULIANNA SOFIA E
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo ministro da Previdência, Amir Lando, afirma que sua
gestão será uma "continuidade"
da administração Ricardo Berzoini, porém com "estilo" diferente.
Surpreendido pela nomeação,
Lando admite não ter projetos para a pasta nem intimidade com a
área. Para ele, ocupar a Previdência é uma "missão" partidária e de
governo que não poderia recusar.
Lando reconhece que o PMDB,
participando do governo, não poderá agir com independência. Ele
acredita que o partido não apenas
ocupará espaço, mas participará
do núcleo de decisões do governo.
Folha - Seu nome não constava
das listas divulgadas. O sr. se surpreendeu com a escolha?
Amir Lando -A política é surpreendente, imprevisível e, às vezes, a imaginação fica aquém da
realidade. A realidade sempre é
mais fantástica. Então, eu diria:
aconteceu e encaro como um desafio. É uma delegação partidária,
mas é, sobretudo, uma tarefa outorgada pelo governo. E eu tenho
que enfrentar com muita responsabilidade, determinação, engenho, arte e, sobretudo, amor.
Folha- O sr. disse ter sido pego de
surpresa. Já tem algum projeto?
Lando -Não tenho projeto. Quero reforçar que será a continuidade da administração Berzoini. O
ministro foi um gigante, fez um
trabalho imenso na Previdência.
Vamos seguir a coluna dorsal,
porque não é uma política de ministro, mas de governo. O estilo
poderá alterar a forma de realizar,
mas o objetivo e o conteúdo serão
aqueles já traçados.
Folha- Berzoini chegou a ganhar
o troféu de crueldade do PFL pelo
tratamento aos aposentados. O sr.,
agora, fala de estilo diferente. Como o senhor define esse estilo?
Lando -Eu quis deixar claro que
o máximo que posso mudar é o
estilo de ser, mas o conteúdo será
o mesmo. Não quero entrar em
programas, seria irresponsável.
Folha- Seu nome foi escolhido pelo presidente, mas não havia consenso na bancada. Isso não enfraquece a escolha?
Lando -A metodologia adotada
foi a de abrir uma lista. Se o nome
não fosse escolhido pela bancada,
ficaria mal. Daí, a idéia dominante foi dar a opção ao presidente.
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