DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Logo após ser nomeado para a liderança do governo na Câmara, Miro Teixeira (sem partido-RJ), exonerado do Ministério das Comunicações, pretende se reunir com os líderes das bancadas dos partidos na Casa, inclusive da oposição, a partir da próxima semana.
Segundo o ex-ministro, não há arestas com a bancada do PDT na Câmara. Ele se desfiliou do partido, no início deste mês, porque a sigla foi para a oposição enquanto ele estava no ministério, o que acabou contribuindo para sua saída do governo.
"Espero que a relação com o PDT seja a melhor possível, afinal passei 16 anos lá. O que não devo esperar, como era de se esperar, é unanimidade", disse Miro.

Novo partido
Durante a semana, ele chegou a discursar, em uma solenidade, como se já fosse ex-ministro.
No discurso, declarou que só aguardava o substituto e que sua pasta tinha projetos encaminhados para todo o ano.
O deputado afirmou que ainda não se definiu por nenhum partido. "Eu cairia no oportunismo se falasse em filiação, se entrasse em algum grande partido, antes de acabar a reforma ministerial. E primeiro tenho que conversar com as pessoas que fizeram a minha campanha no Rio de Janeiro para que elas não sejam surpreendidas", afirmou.

Mediação
Ainda de acordo com ele, o fato de estar sem partido não é um fator negativo para a liderança do governo na Câmara.
"Assim posso fazer a mediação entre os grandes partidos. Em tese, não há desconforto", disse o ex-ministro.
Descontraído, Miro Teixeira chegou ao salão do Palácio do Planalto afirmando que estava ali para cumprimentar o novo ministro das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB).
Na cerimônia em que anunciou as mudanças, Lula lembrou apenas no final de anunciar o nome de Oliveira.
Antes de começar a cerimônia, Miro abraçou Benedita da Silva, que também foi demitida do Ministério da Assistência Social, e posou com ela para fotos.
(FERNANDA KRAKOVICS)


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