São Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 2006

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"Eu sou baiano", afirma Alckmin

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem, em Recife, ser contra a legalização do aborto e favorável à união civil entre pessoas do mesmo sexo. E, na tentativa de conquistar popularidade no Nordeste, disse ter origem nordestina e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "é de São Paulo".
"Quero deixar claro o seguinte: a minha origem é nordestina", repetiu em várias entrevistas o governador, que nasceu em Pindamonhangaba (SP). "Quando a minha família veio de Portugal, da Espanha, ela veio para a Bahia, para Carinhanha", afirmou. "Eu nasci em São Paulo, mas minhas raízes são nordestinas. Eu sou baiano", disse Geraldo Alckmin à rádio Folha FM, de Recife.
Desde sexta-feira visitando cidades do Nordeste, Alckmin abordou temas polêmicos -além de desferir ataques contra o PT e o governo federal.
"Eu não vejo o aborto como solução", afirmou. "Nós já temos previstos [na lei] casos de aborto para estupro, risco de morte para a mãe. (...) A solução é evitar a gravidez indesejada."
Sobre a união civil de homossexuais, ele tem outra opinião. Disse que, se o Congresso aprovar, "nenhum problema". "É um contrato, respeito as pessoas."
O governador também se disse favorável às pesquisas com células-tronco, mas dentro de "padrões éticos". "Devemos avançar na busca da ciência para promover a vida, para salvar pessoas, para que doentes que não têm cura hoje possam ter perspectivas."
Questionado também sobre a legalização do uso da maconha, Alckmin afirmou que "droga é dependência química" e que os usuários precisam de tratamento médico para se recuperar.
O pré-candidato tucano aproveitou a chance para atacar o governo federal. "Sou crítico da área de segurança do governo federal por falta de polícia de fronteira."
Alckmin disse que, se eleito presidente, terá como tarefa "construir um grande projeto de desenvolvimento, dando ênfase ao desenvolvimento regional". A água, afirmou, "é questão central". Ele considera a transposição do São Francisco "um bom projeto", mas critica a falta de "clareza maior".


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