São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) painel@uol.com.br

Questão verde

Preocupa os ambientalistas a falta de estudos sobre o impacto ambiental do PAC. Dos principais projetos, um dos poucos a ter sua situação equacionada -pelo menos no papel- é o da BR-163 (Cuiabá-Santarém). "O plano trata o Brasil como um confuso canteiro de obras, sem considerar o desenvolvimento sustentável", diz Frank Guggenheim, diretor do Greenpeace.
O único item referente ao meio ambiente no pacote -o projeto de lei que tenta agilizar a concessão de licenças- é controverso. "Não ficaram suficientemente delimitadas as competências da União, dos Estados e dos municípios. Isso manterá as disputas judiciais que atrasam as obras", diz o deputado eleito Flávio Dino (PC do B-MA), que apresentará emendas ao PL.

Isca 1. Surpreendido com a reação dos governadores ao PAC, o governo estuda a possibilidade de propor o compartilhamento das receitas da CPMF, uma antiga reivindicação dos Estados, em troca de apoio às medidas no Congresso e à reforma tributária.

Isca 2. "A DRU e a CPMF têm de ser incluídas na discussão da tributária", diz o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). A proposta pode ser levada aos governadores em 6 de março.

Internato. Lula avisou aos governadores que a reunião do dia 6 deverá se estender de 9h às 17h. Prometeu um clima "descontraído", mas a longa duração assustou os ouvintes.

Marcação. O PT decidiu fazer um "acompanhamento político" da execução do PAC, ação por ação, para garantir que não seja vítima da ortodoxia da área fiscal do governo. O pacote não estava na pauta da reunião da Executiva Nacional, no dia 30, mas deverá monopolizar o encontro.

Tabu. O governo quer que em seis meses o Fórum Nacional de Previdência Social apresente sugestões para reduzir o déficit. Mas as medidas mais polêmicas devem ficar para 2008, para não comprometer a votação do PAC.

Guichê. André Pucinelli (MS), Cássio Cunha Lima (PB), Eduardo Braga (AM) e Cid Gomes (CE) estiveram com Fernando Haddad na segunda para apresentar as queixas dos Estados em relação ao Fundeb. O ministro prometeu rever a proposta.

Outro lado. O governador José Serra (SP) negou, por meio de sua assessoria, que tenha dito ao colega Luiz Henrique (SC) que não iria ao lançamento do PAC.

Louros. Lula será patrono de honra da formatura de Marcos Cláudio, seu enteado, hoje, em São Caetano. O presidente será homenageado pela "dedicação à causa da Educação brasileira", conforme diz o convite da festa.

Blindados. Para evitar protestos, a posse de deputados e senadores terá forte esquema de segurança. O policiamento no Congresso será reforçado. Cada deputado só terá cinco convites, entregues nos gabinetes, com tarja magnética.

Em cima. Arlindo Chinaglia (PT-SP) decidiu encerrar sua campanha à presidência da Câmara, na semana que vem, com um ato conjunto com o PMDB. Antes, terá reunião com a bancada do PT e um jantar oferecido pelo PR.

Deixa pra lá. No prognóstico entregue a Chinaglia pelo PT de Santa Catarina, o candidato não terá mais do que 6 dos 16 votos do Estado. Todos os deputados do PMDB são ligados ao governador Luiz Henrique, opositor de Lula.

Visitas à Folha. Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

Luiz Roberto Barradas Barata, secretário de Estado da Saúde de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Vanderlei França, assessor de imprensa.

Tiroteio

"Se o Tarso Genro conseguir juntar cinco governadores de regiões diferentes que concordem sobre a reforma tributária, eu o indico ao Prêmio Nobel de Economia. Ou da Paz".
Do governador de Sergipe, MARCELO DÉDA (PT), sobre a idéia do governo, capitaneada pelo ministro, de tentar obter consenso dos Estados para votar a proposta.

Contraponto

Dá-se um jeito

Ao assumir a Prefeitura de Curitiba, em 1983, Maurício Fruet (1939-1998), pai do tucano Gustavo Fruet, foi apresentado a um assessor militar que, toda manhã, entrava no gabinete e perguntava se havia "alguma ordem".
Depois de semanas dizendo estar "tudo sob controle", o prefeito, famoso por suas gozações, respondeu:
-Sim, tenente. Desapareceu o nosso desumidificador de bandeiras. Por favor, tente descobrir o ladrão.
No dia seguinte, o assessor militar apresentou-se:
-Alguma ordem, chefe?
-Só o problema do desumidificador. Achou o ladrão?
-Não ainda, senhor, mas já tenho três suspeitos...


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