São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

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Polícia Federal vai investigar assassinato de Toninho do PT

Prefeito foi morto em 2001, quando saía de shopping

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Seis anos e quatro meses depois do assassinato do prefeito de Campinas (95 km de São Paulo) Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, a Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar o crime, ocorrido em setembro de 2001 em circunstâncias ainda não esclarecidas.
A determinação para a abertura de inquérito foi feita à PF pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Ele atendeu a pedido da família do prefeito em encontro em 3 de dezembro.
Um ofício foi protocolado pela família no Ministério da Justiça em meados de dezembro -a pedido do ministro- com as justificativas para o pedido de abertura de inquérito.
O advogado da família de Toninho, André Guimarães, alegou no ofício, entre outras coisas, que o crime pode estar ligado à atividade de Toninho como prefeito de Campinas.
O encontro com Genro foi o terceiro entre a família de Toninho e um ministro da Justiça para cobrar a intervenção da PF. O primeiro ocorreu ainda em 2001, com o então ministro Aloysio Nunes Ferreira.
No segundo encontro, em maio de 2004, a família do prefeito entregou ao então ministro Márcio Thomaz Bastos um abaixo-assinado com 53 mil assinaturas pedindo a imediata intervenção da PF no caso.
A assessoria de PF confirmou ontem por e-mail à Folha que, dessa vez, "o pedido [da família] será encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, para abertura de inquérito".
Para a viúva, Roseana Garcia, e o irmão de Toninho, Paulo Roberto da Costa Santos, o crime pode ter motivação política. Para eles, uma possível ligação do crime com a atuação de Toninho como prefeito não foi investigada com profundidade.
Toninho foi morto quando dirigia seu carro, sozinho, na saída de um shopping, em Campinas. Foram disparados três tiros contra ele.
Em setembro, o juiz José Henrique Torres rejeitou a denúncia do Ministério Público estadual que apontava o seqüestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, como um dos responsáveis pelo crime.
O Ministério Público recorreu da sentença no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas o recurso ainda não foi julgado.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Andinho e outros três comparsas foram os autores dos três disparos contra Toninho.
Dos quatro acusados pelo crime, apenas Andinho continua vivo. Ele está preso e negou a acusação em depoimento à Justiça. Os outros três foram mortos em duas ações policiais. A arma do crime -uma pistola 9 mm- nunca foi encontrada.


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