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Delúbio reafirma sua defesa ao depor sobre o mensalão em SP
Ex-tesoureiro do PT não respondeu aos questionamentos dos procuradores
DA REDAÇÃO
Réu no processo do mensalão, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares negou à Justiça a
existência do esquema, disse
que o presidente Lula não tomou conhecimento do caso e
reafirmou que os empréstimos
feitos por meio de Marcos Valério serviram para pagar dívidas
partidárias, informaram advogados que assistiram a seu interrogatório. Ontem, na 2ª Vara Criminal, foi o primeiro dia
de interrogatórios em São Paulo de réus do mensalão.
As dívidas seriam relativas a
despesas do PT nas campanhas
de 2004 e a gastos com viagens
de petistas a Brasília -tanto
para reuniões do grupo de transição do governo FHC para o
governo Lula como para a festa
da posse do presidente eleito.
Na sessão, realizada a portas fechadas, o ex-petista disse nunca ter falado dos empréstimos
nos bancos Rural e BMG com
Lula e que o ex-ministro José
Dirceu, réu no processo, não tinha conhecimento do assunto.
Interrogado por cerca de
duas horas no final da tarde pela juíza Sílvia Maria Rocha, Delúbio -investigado pelos crimes de formação de quadrilha e
corrupção ativa- não respondeu a questionamentos do Ministério Público e dos advogados de outros réus. "Isso é um
critério da defesa", afirmou seu
advogado, Celso Vilardi. Delúbio disse apenas "boa noite".
"O interrogatório é um ato de
defesa. As perguntas necessárias foram feitas pela juíza",
disse Vilardi, segundo o qual o
ex-tesoureiro -que seguiu a
mesma linha de defesa adotada
na CPI dos Correios em 2005-
respondeu a todas as questões.
Segundo relatos de advogados, Delúbio não citou nomes
de políticos que teriam participado de encontros em que seria
discutido o repasse de recursos.
No início da tarde, foi interrogado o ex-sócio da corretora
Bônus-Banval Breno Fischberg. Seu advogado disse que
ele negou envolvimento em remessas ilegais ao exterior. "O
grande problema é que as pessoas não conhecem o mercado
financeiro e querem julgar sobre mercado sem conhecê-lo.
Todas as operações [da corretora] são regulares."
Hoje devem depor José Dirceu, Silvio Pereira e Enivaldo
Quadrado.
(ANA PAULA BONI)
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