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PT reagirá a uso de vitrines de Lula por Serra
Partido também define educação, saúde, segurança, ciência e tecnologia e ambiente como temas centrais da campanha de Dilma
Sigla quer evitar episódio de 2004, quando o tucano venceu Marta em São Paulo dizendo que ampliaria projetos da então prefeita
DO ENVIADO A SÃO ROQUE (SP)
O encontro das alas majoritárias do PT que terminou ontem em São Roque decidiu que
o partido atuará para evitar que
a oposição se aproprie das principais bandeiras da gestão de
Luiz Inácio Lula da Silva e definiu os cinco eixos centrais da
campanha da ministra Dilma
Rousseff: educação, saúde, segurança, ciência e tecnologia e
meio ambiente.
Na prática, isso significa que
a cúpula da sigla não irá recuar
no discurso de que uma eventual vitória de José Serra
(PSDB), governador de São
Paulo e hoje o principal nome
da oposição, significará uma
ruptura e um retrocesso e que
somente Dilma poderá avançar
em áreas nas quais a gestão Lula ainda derrapa.
Ainda conforme as resoluções do encontro, o partido
tentará servir, pelo menos até o
início legal da campanha, em
junho, como um escudo para
sua pré-candidata.
Por trás da estratégia de responder em tom elevado ao
PSDB, está também o medo dos
petistas de que se repitam neste ano os erros da campanha
pela Prefeitura de São Paulo em
2004, quando Serra bateu Marta Suplicy. Na ocasião, conforme a leitura do PT, o tucano
conseguiu se "apropriar" dos
principais projetos da então
prefeita ao afirmar que levaria
adiante e ampliaria ações como
Bilhete Único e CEUs (Centros
Educacionais Unificados),
marcas da gestão petista.
Nesse sentido, o comando do
PT, orientado pelo Palácio do
Planalto, pediu a Dilma que não
deixe sem revide nenhuma
menção dos tucanos ao governo federal e às suas vitrines
-Bolsa Família e PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), por exemplo. Foi o que
fez a ministra terça-feira passada em Minas Gerais, quando
afirmou que havia risco de essas ações serem paralisadas em
caso de uma vitória tucana.
Desde então, as declarações
da ministra provocaram uma
onda de notas de ambos os partidos. Quarta-feira, em uma delas, o senador Sérgio Guerra
(PE), presidente nacional dos
tucanos, chegou a chamar a petista de "dissimulada". "A oposição está tentando desconstruir no eleitor a percepção de
que a Dilma é competente e séria", disse o presidente eleito
do PT, José Eduardo Dutra.
PMDB
O encontro teve ainda o efeito de uma manifestação oficial
de apoio ao peemedebista Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados, como vice
na chapa de Dilma. No final de
2009, o PT se indispôs com seu
aliado no governo por conta da
declaração do presidente Lula
de que o PMDB deveria submeter a Dilma uma lista tríplice de
nomes para a vaga.
"Temos uma reunião marcada com os peemedebistas para
a semana que vem. Eles anteciparam sua convenção em um
sinal de cooperação. Se o Temer for a indicação deles, será o
nosso nome", afirmou Ricardo
Berzoini (SP).
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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