São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2002

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OUTRO LADO
"Já erradicamos a pólio, a varíola e estamos há um ano sem sarampo"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O coordenador do Centro Nacional de Epidemiologia do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, disse que o trabalho inadequado de vigilância permanente de alguns Estados e municípios prejudica o combate às doenças.
Barbosa deu duas entrevistas à Agência Folha. Segundo ele, no caso das doenças que têm solução própria, como as vacinas, "estamos dando de goleada": ""Já erradicamos a pólio, a varíola e estamos há um ano sem sarampo".
Quanto às doenças que não têm resposta do setor público, ele listou a dengue como prioridade. "À dengue, que é um problema gravíssimo hoje, nós não temos respostas dentro do setor de saúde".
Barbosa afirmou que o governo não tem uma arma eficaz para controlar a dengue. "Não temos uma arma complemente eficaz contra a doença nem contra o mosquito. Tem que ser um trabalho permanente para a gente mantê-la controlada. Erradicação da dengue, ninguém no mundo hoje acha possível a curto prazo".
Barbosa disse que a malária está sob controle: "Tivemos nos últimos dois anos a maior redução já experimentada em toda a história recente do Brasil". Disse que a toxoplasmose está em redução: "O surto de toxoplasmose é algo acidental. Cinco anos atrás teve um surto no Canadá. É uma doença tão disseminada que, na França, 70% das pessoas já tiveram".
A maioria das doenças transmissíveis está diminuindo. "Cito o cólera, reintroduzido no começo dos anos 90 com mais 60 mil casos por ano, que estamos em vias de eliminação. O sarampo está em vias de erradicação", disse.
Quanto à leishmaniose visceral, Barbosa diz que ela está relacionada ao desmatamento, ao crescimento das cidades e à migração.


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