São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

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SUDESTE

Apenas parte dos bares respeita medida provisória e recolhe máquinas de jogos
Apesar de a medida provisória que proíbe bingos e caça-níqueis ter sido publicada no sábado, alguns bares em São Paulo ainda ontem mantinham suas máquinas ligadas. As casas de bingo estão fechadas desde a noite de sexta-feira.
Para protestar, um bingo do centro da cidade -que concentra 400 dos 1.100 estabelecimentos de todo o país- pendurou na fachada um cartaz em que diz que seus "127 funcionários com carteira assinada aguardam a decisão do excelentíssimo senhor presidente Luiz Inácio Lula da Silva".
O dono de uma lanchonete próxima ficou sabendo da medida provisória pela TV e logo recolheu suas duas máquinas. "Rendiam R$ 1.000 por mês. Infelizmente vou ser obrigado a demitir um funcionário", disse.
No Rio, a situação é parecida. "Desliguei as máquinas por conta própria", diz o proprietário de um bar na zona sul carioca. "Mas o dono delas não quer que eu guarde. Acha que logo voltam a funcionar."
A polícia do Rio investiga oito mortes que poderiam estar ligadas a uma máfia de bingos e caça-níqueis. A distribuição e a manutenção das máquinas seriam feitas por empresas de bicheiros e policiais.
No centro de Belo Horizonte, a Polícia Federal fechou uma casa de jogos eletrônicos supostamente clandestina. Com 37 máquinas, o estabelecimento não tinha nome. A polícia soube do funcionamento da casa quando inspecionava um bingo vizinho.
Apenas dois supostos funcionários e um apostador não conseguiram fugir, mas disseram não saber a quem pertence o estabelecimento, que poderá pagar R$ 50 mil de multa por cada dia em que manteve as portas abertas depois que foi publicada a medida provisória. (DA REPORTAGEM LOCAL, DA AGÊNCIA FOLHA E DO FREE-LANCE PARA A FOLHA, NO RIO)


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