|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CNBB critica uso eleitoreiro da máquina
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia depois de o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva dizer que
homem público faz campanha
"365 dias por ano", o presidente
da CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de
Salvador, criticou o uso da "máquina para campanha".
"A máquina administrativa não
pode servir para campanha eleitoral. Evidentemente que, ou por
coincidência ou por planejamento, não é no primeiro momento
do governo instalado que se apresentam as obras. Quando se chega
ao final, se faz um balanço do que
foi feito. Mas que isso não sirva
para uma possível campanha",
disse ontem, ao apresentar uma
"análise da conjuntura" política
para o ano eleitoral, após o encerramento da 20ª reunião do Conselho Episcopal de Pastoral. "O
clima já é de campanha eleitoral."
D. Geraldo respondia a uma
pergunta sobre as críticas da oposição às viagens de Lula pelo país.
O secretário-geral da CNBB,
dom Odilo Scherer, bispo auxiliar
de São Paulo, disse que neste momento "é muito difícil dissociar a
figura do presidente em exercício,
que não pode ser impedido de
inaugurar suas obras, de um
eventual candidato". "Por isso a
opinião pública, às vezes, fica um
pouco incomodada."
O presidente da CNBB também
criticou a convocação extraordinária do Congresso, que terminou no dia 14, e reclamou de morosidade na apuração de denúncias de corrupção envolvendo deputados. "Talvez não tenha sido
necessária a convocação. Em todo
o país esperávamos que houvesse
um aproveitamento grande, que
infelizmente não ocorreu."
Ele disse ainda que a cartilha
elaborada em anos de eleição pela
entidade fará um alerta sobre os
recentes escândalos de corrupção.
Texto Anterior: Outro lado: Eventos imprevistos justificam despesas, afirma a Casa Civil Próximo Texto: Eleições 2006/Presidência: Lula fará propaganda em redutos tucanos Índice
|