São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

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CNBB critica uso eleitoreiro da máquina

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que homem público faz campanha "365 dias por ano", o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador, criticou o uso da "máquina para campanha".
"A máquina administrativa não pode servir para campanha eleitoral. Evidentemente que, ou por coincidência ou por planejamento, não é no primeiro momento do governo instalado que se apresentam as obras. Quando se chega ao final, se faz um balanço do que foi feito. Mas que isso não sirva para uma possível campanha", disse ontem, ao apresentar uma "análise da conjuntura" política para o ano eleitoral, após o encerramento da 20ª reunião do Conselho Episcopal de Pastoral. "O clima já é de campanha eleitoral."
D. Geraldo respondia a uma pergunta sobre as críticas da oposição às viagens de Lula pelo país.
O secretário-geral da CNBB, dom Odilo Scherer, bispo auxiliar de São Paulo, disse que neste momento "é muito difícil dissociar a figura do presidente em exercício, que não pode ser impedido de inaugurar suas obras, de um eventual candidato". "Por isso a opinião pública, às vezes, fica um pouco incomodada."
O presidente da CNBB também criticou a convocação extraordinária do Congresso, que terminou no dia 14, e reclamou de morosidade na apuração de denúncias de corrupção envolvendo deputados. "Talvez não tenha sido necessária a convocação. Em todo o país esperávamos que houvesse um aproveitamento grande, que infelizmente não ocorreu."
Ele disse ainda que a cartilha elaborada em anos de eleição pela entidade fará um alerta sobre os recentes escândalos de corrupção.


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