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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Tasso articula coesão na legenda, exigida pelo prefeito como condição para se candidatar
Por Serra, cúpula do PSDB busca enquadrar partido
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o objetivo de enquadrar o
partido, o PSDB alinhavou ontem
com governadores e parlamentares o compromisso de apoio ao
seu candidato à Presidência, qualquer que seja o escolhido. A costura atende à condição imposta
pelo prefeito José Serra para que
venha a concorrer: a de unidade
partidária. Serra, porém, ainda
nem decidiu se disputará.
Segundo tucanos, o presidente
do PSDB, Tasso Jereissati (CE),
garantiu a Serra apoio partidário
para disputar a eleição, caso ele
seja o indicado. Na conversa, Serra teria dito que não tomou uma
decisão e insistido na necessidade
de coesão, o que incluiria a adesão
do governador Geraldo Alckmin
à sua eventual candidatura. O prefeito estaria hesitante por duvidar
da colaboração de Alckmin.
"Conversei com ele. Serra está
bem mais tranqüilo, em todos os
aspectos", disse Tasso, que deu
carona a Serra de Brasília até São
Paulo, na noite de quarta-feira.
Em telefonemas a governadores
e líderes partidários, Tasso e o governador de Minas, Aécio Neves,
se dedicam à construção desse cenário idealizado por Serra. Aos líderes do partido na Câmara, Jutahy Magalhães (BA), e no Senado, Arthur Virgílio (AM), coube a
tarefa de obter o compromisso de
deputados e senadores.
Ontem mesmo, os tucanos faziam questão de assegurar lealdade ao partido. Até então contabilizado na cota dos alckmistas, o governador de Goiás, Marconi Perillo, lembrou que "nunca disse ter
preferência por A ou por B".
Elogiando Serra - a ponto de
mencionar o apoio do hoje prefeito a sua candidatura ao governo
de Goiás em 1998, "quando era
um azarão" - Perillo explicou ter
questionado a centralização da
discussão. Mas afirmou: "Não
quero que meu nome seja usado
por A ou B. Não tenho predileção.
Vou trabalhar pelo consenso.
Nunca pela cizânia". Segundo Perillo, "o melhor candidato é o que
tem chance de vitória".
Num telefonema a Serra, Jutahy
afirmou que a bancada do partido
está disposta a apoiar o escolhido
do partido. "Dentro da bancada, o
sentimento é que queremos ganhar a eleição. Na hora da tomada
de decisão, acabou [a discórdia]".
Conselhos
Incomodado com as críticas a
seu trabalho e com a disputa interna, o próprio Tasso repetiu a
Serra o que recomendara na véspera a Alckmin: "cuidado com as
palavras" e um "código de conduta num momento tão delicado".
"Entendimento tem de ser baixando bola. Não levantando a bola. O esforço que estou fazendo é
nessa direção", disse Tasso.
Dizendo-se "aflito pela necessidade de decisão" -"já está caindo de maduro, passando do tempo"-, Tasso afirma que o fim da
angústia de Serra e Alckmin "só
depende dos dois". "Os dois que
cheguem a um entendimento básico em torno de alguns pontos.
Está na mão dos dois", disse ele.
O prefeito e o governador irão
se encontrar amanhã no Sambódromo de São Paulo para assistir
aos desfiles de Carnaval juntos.
Tasso também comentou a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem o
PSDB parece o PT da década de
80. "Ainda bem que é o da década
de 80. Não o de 2005. Não o do
mensalão. Contanto que não seja
do mensalão, tudo bem."
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