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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Bolha inflacionária
Se Lula levar adiante a disposição, anunciada por dirigentes do PSB após visita ao presidente, de aguardar
o resultado da eleição do PMDB, em 11 de março, para
só então anunciar a reforma ministerial, será inevitavelmente envolvido na disputa interna do maior partido da base. Não haverá "neutralidade" possível.
Talvez seja esse o desejo do presidente, e a aposta
poderá terminar com a vitória de seu favorito de sempre, Nelson Jobim, apadrinhado pelos senadores José
Sarney e Renan Calheiros. Mas trata-se de operação
de risco. Se o deputado Michel Temer conseguir permanecer no comando da sigla à revelia de Lula, a fatura a ser paga ao PMDB da Câmara ficará mais cara.
Especial. Por que Lula aparentemente decidiu enfiar a
mão na cumbuca do PMDB?
"Porque o Sarney pediu", responde um petista que conhece bem o presidente. "E pedido do Sarney tem um peso diferente para o Lula".
Conta outra. Além da convenção do PMDB, Lula agora
menciona outra razão para
adiar a reforma ministerial:
ainda vai haver grande movimento de troca de partidos,
disse o presidente a aliados.
Cara a cara. Candidatos à
presidência do PMDB, Michel
Temer e Nelson Jobim vão ao
Rio na segunda-feira pedir a
bênção de Sérgio Cabral. O
governador tenta articular
uma reunião para dois dias
depois com todos os chefes de
executivos estaduais da sigla.
Serviria para referendar seu
apoio ao ex-ministro do STF.
Sinal. Já o deputado tem o
apoio de André Pucinelli, de
Mato Grosso do Sul, e negocia
com Eduardo Braga. Num
agrado ao governador amazonense, o líder do partido na
Câmara e aliado de Temer,
Henrique Eduardo Alves
(RN), nomeou Átila Lyra
(PMDB-AM) para relatar a
regulamentação da TV digital.
Papagaio. A empreiteira
Jurema, da família de Marcelo Castro -nome dos peemedebistas da Câmara para o
Ministério da Saúde-, foi investigada por ter sido supostamente favorecida na contratação de obras da Operação
Tapa-Buraco no Piauí.
Atados. O deputado indicou
o cunhado, Sebastião Braga,
para chefiar o Dnit estadual. A
empresa da família ficou com
as obras da BR 402. Na eleição
de 2002, a Jurema doara R$
41,6 mil a Castro e R$ 100 mil
ao governador Wellington
Dias (PT), que apóia o peemedebista para o ministério.
Passivo. O PT assumiu cerca de R$ 80 mil de gastos de
campanha de Arlindo Chinaglia (SP) à presidência da Câmara. Dessa quantia, o partido já desembolsou R$ 35 mil,
boa parte para deputados que
tiraram dinheiro do bolso para ajudar o colega.
Onde pega 1. Após a
CVM confirmar que é possível dar garantia de rendimento ao fundo de infra-estrutura
com verba do FGTS previsto
no PAC, as centrais sindicais
tentarão derrubar o indexador de gastos com funcionalismo previsto no programa.
Onde pega 2. O ministro
Paulo Bernardo (Planejamento) receberá sindicalistas na
semana que vem para discutir
mudanças no indexador. Até
setores da CUT aliados ao governo já falam em ações na
Justiça contra esse item.
Circulando. Cid Gomes
(PSB) levará na semana que
vem seus secretários para um
novo giro pelo interior do
Ceará, num sistema de governo itinerante que ele estreou
no início do mês. Os auxiliares
terão de voltar de ônibus a
Fortaleza, num percurso até
agora calculado em 700 km.
Termômetro. A Comissão
de Justiça da Câmara Municipal de São Paulo inicia na semana que vem o debate sobre
os pedágios nas marginais. O
projeto será o primeiro teste
do prefeito Gilberto Kassab
(PFL) com sua base de apoio.
Tiroteio
"Pelo menos agora os danos econômicos do
Janene ao erário vão ficar contabilizados".
Do deputado federal DR. ROSINHA (PT-PR) sobre a aposentadoria, com
salário integral de R$ 12.847,20, obtida na Câmara pelo ex-líder do PP
José Janene (PR), um dos expoentes do escândalo do mensalão.
Contraponto
Aula de história
Na posse dos parlamentares em 2003, Carlos Sampaio
(PSDB-SP) levou seus familiares para conhecer o Congresso. Num passeio pelos corredores com os filhos, o deputado começou a mostrar fotos da galeria de presidentes
e a dar explicações sobre a história do país.
-Aquele foi o homem que construiu Brasília!-, disse
Sampaio em dado momento, apontando empolgado para
uma foto de Juscelino Kubitschek.
O caçula, Lucca, à época com 5 anos, fez cara de dúvida:
-Então ele é pedreiro, não é presidente...
Desconcertado, o deputado pegou o garoto pela mão:
-Bem, deixa eu explicar melhor...
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