São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2007

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MST desocupa fazendas em busca de diálogo

CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PIQUEROBI

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) começou ontem a desocupar as fazendas invadidas no oeste de São Paulo, em uma tentativa de obter uma audiência com autoridades do governo estadual. Em Caxias do Sul (RS), trabalhadores rurais se enterraram até o pescoço em protesto contra a reintegração de posse de uma área.
"[A desocupação] é um gesto para mostrar ao secretário [da Justiça de SP, Luiz Antonio Marrey] que não somos intransigentes", disse José Rainha Jr., articulador das 13 invasões ocorridas no início da semana no Pontal e em Alta Paulista. Segundo Rainha, os sem-terra deixarão as fazendas até amanhã.
"Já que o secretário diz que o diálogo só ocorrerá depois da desocupação das áreas, vamos atendê-lo para agilizar o processo", disse.
A realização de uma reunião entre representantes dos governos federal e estadual com os movimentos sociais é uma das exigências de Rainha para pôr fim às invasões. No encontro, ele disse que apresentará uma lista de 12 fazendas cujos proprietários se interessam em negociar com o Estado.
Até o final da tarde de ontem, a Justiça concedeu reintegração de posse a cinco das 13 propriedades invadidas.
O diretor-executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, considerou a iniciativa do MST "uma medida razoável", mas, "como a interlocução já estava aberta, era totalmente desnecessário esse ato [invasão]." A assessoria de Marrey disse que "a posição tomada pelo Itesp, órgão vinculado à pasta, será seguida pela secretaria".

Rio Grande do Sul
Cinco trabalhadores rurais se enterraram ontem até o pescoço em Caxias do Sul (RS) em protesto contra a reintegração de uma área rural no município.
Outros cinco haviam se acorrentado a uma estaca presa ao chão. Segundo a Brigada Militar, o protesto ocorreu por volta das 12h. À tarde, os manifestantes deixaram o local sem resistência.


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