São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2008

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PF diz que empresário convertia os recursos desviados em bens

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O empresário Marcelo José Martins Santos Filho, conhecido como Marcelinho, é apontado pela PF como um dos cabeças da suposta organização criminosa que desviava dinheiro da Assembléia de Alagoas.
Considerado pela PF um dos homens mais ricos do Estado, Marcelinho é dono de pelo menos três concessionárias de automóveis, de postos de combustível e de uma factoring. Em dezembro passado, ele foi preso preventivamente na Operação Taturana e indiciado.
Segundo a Polícia Federal, o empresário era responsável por transformar o dinheiro público desviado em bens através da compra de carros de luxo e imóveis para os parlamentares, escondendo a suposta origem fraudulenta dos recursos.
Pelas informações obtidas nas interceptações, Marcelinho também emprestava dinheiro para políticos custearem suas campanhas e depois participava do suposto desvio de dinheiro público para ter suas dívidas quitadas. Discreto, Marcelinho agia nos bastidores. Após a operação, ganhou a alcunha de "o novo PC Farias", em referência ao tesoureiro (morto em 1996) da campanha de Fernando Collor à Presidência, que era alagoano e tinha fama de trabalhar em silêncio.

Outro lado
O advogado José Fragoso Cavalcante, que representa Marcelinho, disse que as acusações contra ele "são um grande equívoco". Em relação à conversa gravada com o deputado Nelito Gomes de Barros (PMN), Cavalcante disse não haver nada nela que indique que os carros seriam pagos com dinheiro da Assembléia: "Não tinha nada que dissesse que os três carros seriam pagos pela Assembléia. Eles foram comprados com financiamento. Marcelo recebia dinheiro da financeira", disse.
Sobre os financiamentos para campanhas políticas, Cavalcante disse só ter conhecimento de um empréstimo feito pelo empresário a um primo, que era candidato a deputado estadual. Em relação a ser um dos homens mais ricos do Estado, o advogado disse que seu cliente é um bem sucedido empresário, mas que há outras pessoas mais ricas que ele em Alagoas.


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