São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

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Folha terá novo projeto visual em maio

Jornal prepara mudanças que devem torná-lo mais legível e agradável num ambiente marcado pelo caos informativo

Reforma gráfica e novidades editoriais buscam produto mais conciso na forma e analítico no conteúdo para atender demandas do leitor

DA REDAÇÃO

A Folha prepara um novo projeto visual para suas páginas, com estreia prevista para o próximo mês de maio. A reforma nasce da necessidade, identificada pela Direção de Redação, de fazer um jornal mais legível, mais útil e mais interessante num ambiente marcado pela hiperconcorrência e pela oferta caótica de informação.
Organizar as notícias de maneira mais clara e acessível, oferecer um produto que seja mais necessário e agradável ao leitor -são alguns dos objetivos que norteiam as mudanças.
A equipe envolvida na reforma iniciou os trabalhos há quase seis meses, em setembro do ano passado, sob a direção da designer Eliane Stephan.
"Pretendemos ter um jornal mais jovem, mais alegre, por um lado; mais organizado e, em certo aspecto, mais clássico, por outro. Será tipograficamente mais forte, no geral", diz Stephan, que conta com a colaboração de profissionais da própria Folha no projeto.
A designer, que trabalhou como editora de arte da Folha no início dos anos 90, foi a responsável pela reforma realizada em 1996, quando o jornal passou a ser impresso totalmente em cores e inovou seus padrões gráficos de maneira arrojada.
A mudança, que também envolve novidades no conteúdo do jornal, abrangerá todos os cadernos, da primeira página aos suplementos semanais. "Estamos fazendo uma reforma tipográfica e um redesign (redesenho), alguns ajustes nos diversos formatos usados atualmente", diz Stephan.
Um dos objetivos é justamente diminuir a diversidade interna entre os cadernos e entre as páginas de cada caderno, dando um sentido mais unitário e homogêneo ao jornal.
Na avaliação da Direção de Redação, as duas últimas reformas da Folha -ocorridas em 2000 e em 2006- teriam atenuado a identidade gráfica do jornal ao flexibilizar o desenho das páginas e criar ornamentos em demasia. Há a intenção agora de corrigir excessos.
As páginas da Folha voltarão a ser moduladas -os módulos são blocos de textos com tamanho pré-definido que facilitam e agilizam a leitura. Eles foram introduzidos no jornal em 1988 e abandonados em 2000.
Busca-se, além disso, explicitar melhor a hierarquia do noticiário, o que a reforma de 2006 já procurava fazer. A ideia é que os assuntos principais de cada página ganhem visibilidade maior e tratamento diferenciado, em contraste com as notícias que não são exclusivas ou aquelas consideradas menos relevantes.

Esforço didático
"Queremos um jornal que se faça mais visível e seja, ao mesmo tempo, mais interessante e mais útil para um leitor cada vez mais solicitado e exigente", afirma Otavio Frias Filho. Não há, porém, segundo o diretor de Redação da Folha, "nenhuma intenção de popularizar o jornal, se isso significa baixar o nível do produto".
Pelo contrário, diz Frias Filho, "o esforço para didatizar o noticiário, decodificar os assuntos em linguagem corrente e se fazer compreender significa, paradoxalmente, elevar o nível do jornal -e é isso o que estamos buscando".
As alterações pretendem consolidar diretrizes editoriais que começaram a ser implementadas há um ano, com o propósito de tornar o jornal mais sintético na forma e analítico no conteúdo.
O novo editor-executivo da Folha, jornalista Sérgio Dávila, que assumirá suas funções em 15 de março, vê no novo projeto um "instrumento para caminhar na direção da síntese analítica e da opção por textos mais curtos e, ao mesmo tempo, mais interpretativos".
Segundo Dávila, a mudança conecta o jornal com a sua história: "A Folha tem a tradição da vanguarda nas reformas gráficas da imprensa brasileira das últimas duas décadas e meia. Foi assim com a cadernização, o amplo uso de infografia, a cor total, a diagramação modular, para ficar em alguns exemplos que depois seriam adotados pela concorrência".


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