São Paulo, domingo, 24 de março de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AGRIPINO MAIA
"Candidatura própria é o melhor caminho"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador e ex-governador do Rio Grande do Norte, o pefelista José Agripino Maia, 56, diz que a pré-candidata à Presidência da República do partido, Roseana Sarney, governadora do Maranhão, é "juiz do tempo" da sua própria candidatura, e define com prudência o rompimento com o governo Fernando Henrique Cardoso: "O PFL é um partido, hoje, desalinhado do governo. Desalinhado não significa dizer em oposição permanente".
 

Folha - Até onde e quando o PFL deve apoiar Roseana?
Agripino Maia -
O juiz do tempo é ela própria. Mantemos nossa confiança nela.

Folha - Se ela desistir, o que seria, em tese, melhor para o partido: outra candidatura própria, ficar sem candidato ou fazer aliança com um candidato já colocado?
Agripino -
Se ela vier a desistir, o partido já decidiu: insistir numa outra candidatura própria, porque é o melhor caminho para manter o PFL unido. Mas, repito, se ela vier a desistir.

Folha - E quem é o melhor nome para substituí-la?
Agripino -
Isso é apenas uma hipótese.

Folha - Entre Lula, Serra, Ciro e Garotinho, qual a melhor opção para o PFL?
Agripino -
Roseana.

Folha - Qual deve ser a relação do partido com o governo depois de tantos anos de aliança?
Agripino -
O PFL é um partido, hoje, desalinhado do governo. Desalinhado não significa dizer em oposição permanente. Pode apoiar algumas propostas; outras, não. As matérias que ferirem a formulação programática do partido, sejam medidas provisórias, projetos de lei ou emendas constitucionais, serão debatidas pelas bancadas da Câmara e do Senado. Se tomada uma decisão seguramente contrária, a Executiva irá fechar questão contra.

Folha - E os cargos? O partido vai devolver todos os cargos federais que ainda tem nos Estados?
Agripino -
A decisão do partido foi tomada consultando cada governador, cada parlamentar, cada prefeito de capital. Se foi assim, com a participação ampla dos segmentos partidários, está claro: todos devem deixar os cargos.


Texto Anterior: Antonio Carlos Magalhães: "Partido só não pode compor com o Serra"
Próximo Texto: Jaime Lerner: "Sempre defendi que a aliança fosse mantida"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.