São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Sem confronto

A despeito da indefinição na aliança tucano-democrata e da ausência de um marqueteiro, Geraldo Alckmin vai aos poucos moldando um discurso de campanha, um grande desafio para o ex-governador, que, pelo menos de início, não poderá atacar a administração Gilberto Kassab (DEM). Planeja reconhecer acertos da gestão democrata, que tem o PSDB como parceiro, mas dirá que fará ""mais e melhor" pela cidade.
Seu mote será ""um governador na prefeitura", o que o ajudará a propagandear sua passagem pelo Bandeirantes (2001-2006). Dirá que, com sua experiência, poderá liderar a integração da região metropolitana na busca de soluções para os principais problemas.

Afago. O PT se reúne nesta semana com o PR na capital paulista. O objetivo é acalmar os ânimos do presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues, enciumado com o namoro entre a turma de Marta Suplicy e o PMDB.

Continuísmo. O PMDB paulistano começou a ouvir seus delegados sobre as perspectivas para a eleição municipal: é grande a ala, capitaneada pelos vereadores, que pede uma aliança com o DEM do prefeito Gilberto Kassab.

Outra história. Enquanto negocia com mais chances com o PT na capital, o PMDB está próximo de ter os tucanos como aliados em Santos, em torno da reeleição de João Paulo Papa. A ala do PT que se entende bem com o prefeito peemedebista é minoritária.

Bloco na rua. Nem bem venceu as prévias do PT em Porto Alegre, a deputada Maria do Rosário já negocia com Augusto Fonseca, egresso das campanhas de Marta Suplicy em São Paulo, para ser seu marqueteiro na corrida pela prefeitura da capital.

Em vão. De nada têm adiantado apelos do próprio Lula e de outros grão-petistas, como José Dirceu, que recentemente visitou Belém: o PT local hesita em apoiar o peemedebista José Priante para a prefeitura. O partido trabalha para lançar Márcio Cardoso, ex-secretário de Educação da governadora Ana Júlia.

Tapete puxado. O PSDB bombardeia nos bastidores o vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), o mais cotado para integrar a chapa de Beto Richa à reeleição. Dizem que, se Richa renunciar em 2010 para disputar o governo, o vice faria da prefeitura palanque de Ciro Gomes (PSB) e de Osmar Dias (PDT).

Barricadas 1. O PT paulista, que já se reuniu com Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete da Presidência, quer ser recebido por Lula e Dilma Rousseff (Casa Civil) para tentar barrar a venda da Cesp.

Barricadas 2. A queixa é que a venda da energética paulista servirá para José Serra (PSDB) turbinar obras que serão vitrines de sua pré-campanha em 2009 e 2010.

Professor Pardal. Cotado para relatar a reforma tributária, o deputado e empresário Sandro Mabel (PR-GO) dedica suas horas vagas a construir uma máquina que, segundo ele, produz energia sem utilizar combustível e sem custos. "Será uma revolução", empolga-se.

Fase 2. Concluídos os depoimentos dos réus, o processo do mensalão entra agora na etapa de oitivas das testemunhas de acusação, que deverá se prolongar por vários meses. Mais uma vez, as audiências ocorrerão em vários Estados, e cada um poderá ser inquirido pelos advogados de todos os demais acusados.

Cavalo de Tróia. Em sua cruzada contra as medidas provisórias, o DEM escolheu como exemplo do abuso a MP 405, que, sob a justificativa de conceder créditos suplementares à Justiça Eleitoral, destina apenas R$ 7,5 milhões a esse fim e R$ 5,4 bilhões para diversos órgãos do Executivo.

Tiroteio

"Não há problema nenhum em abrir tudo. Não entendo por que a oposição se agita tanto com falsos dossiês exatamente para impedir uma investigação sobre as contas do período FHC."


Do deputado CARLOS ZARATTINI (PT-SP), sobre o desafio lançado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) para abrir todos os gastos de Lula, FHC e familiares de cada um com as chamadas contas "tipo B".

Contraponto

Choque de gerações

O ministro Paulo Bernardo (PT) esteve em Ribeirão Preto, há uma semana, a convite da associação dos engenheiros. Finda a palestra, o titular do Planejamento, que cresceu no município paulista e até hoje retorna para visitar parte da família, trocou gentilezas com o prefeito Welson Gasparini (PSDB). Lembrou que ambos foram deputados federais na mesma legislatura. O tucano emendou:
-Vai ver você até votou em mim para prefeito...
Bernardo, que tinha 11 anos quando da primeira eleição de Gasparini, em 1963, respondeu bem-humorado:
-Não gostaria de parecer indelicado, mas naquela época eu era jovem demais para votar...


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