São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2008

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Ato pró-Alckmin abre nova queda-de-braço no PSDB

Apoiadores do ex-governador planejam um manifesto pela candidatura própria

Grupo que defende aliança com Kassab avalia que ato atrapalha diálogo com DEM e deve favorecer estratégia da ministra Marta Suplicy

Raimundo Paccó/Folha Imagem
D. Odilo Scherer e Gilberto Kassab em missa na catedral da Sé


DA REPORTAGEM LOCAL

O PSDB paulistano deverá viver nesta semana um dos momentos mais intensos da queda-de-braço entre os favoráveis à candidatura de Geraldo Alckmin a prefeito de São Paulo e o grupo que defende o apoio à reeleição do democrata Gilberto Kassab.
O clima nos bastidores é tão tenso que um ato programado para quinta-feira à noite deverá se chamar "Tucanos Pró-São Paulo e Pela Paz na Política".
Hoje, os tucanos favoráveis a Alckmin iniciam a coleta de assinaturas pela candidatura própria nos 52 diretórios zonais da capital com objetivo de apresentá-las durante o evento.
O ex-governador, em conversas recentes, avaliou que, no limite, aceitaria as prévias como forma de definir a situação. Antes, no entanto, quer "ouvir as bases do partido na capital".
Reservadamente, o grupo pró-Kassab afirma que "utilizará seu peso político" para tentar evitar que o ato se transforme no lançamento da pré-candidatura de Alckmin pelas bases do partido. Eles alegam que um gesto dessa natureza "dinamitaria todas as pontes de diálogo" com o DEM e anteciparia a eleição, favorecendo a ministra Marta Suplicy (Turismo), nome mais forte do PT.
Na administração municipal de São Paulo desde 2005, quando o hoje governador José Serra, de quem Kassab era vice, assumiu, os tucanos controlam cerca de 300 cargos de confiança entre primeiro e segundo escalões, boa parte deles ligada às subprefeituras da capital.
Outra frente na qual Alckmin está em desvantagem é a atual bancada de vereadores, que, na semana passada, divulgou carta em apoio à manutenção da aliança com Kassab.
O líder da bancada -de 12 vereadores- na Câmara Municipal, Gilberto Natalini, assinou o documento e deverá participar do ato como militante tucano.

Kassab
Na semana em que o grupo pró-Alckmin promete uma demonstração de força, Kassab afirmou ontem pela manhã que ainda acredita na aliança entre tucanos e democratas, mas ressalvou que sonha em encabeçar a chapa.
"No momento certo, democratas e tucanos saberão avaliar a hipótese de continuarmos aliados, dentro do possível, já no primeiro turno", afirmou ele, após ter participado da celebração da missa de Páscoa na catedral da Sé, onde pediu "paz" ao povo paulistano.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)

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