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Em Pernambuco, Lula critica Jarbas e diz que está do lado de Eduardo Campos
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Recife, que já tem "lado" para as
eleições ao governo de Pernambuco, em 2010, e criticou o
senador Jarbas Vasconcelos
(PMDB-PE). Lula afirmou que
vai apoiar a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB).
"Aqui no Estado de Pernambuco eu tenho lado, e meu lado
é Eduardo Campos. Nós temos
uma aliança estratégica nacional e nós vamos continuar trabalhando juntos", afirmou, em
entrevista à Rádio Jornal.
O presidente disse também
que não entende por que Jarbas tem feito críticas ao governo federal. "Eu sempre tratei o
senador Jarbas Vasconcelos
tão bem, não sei por que ele,
eleito senador, tem agredido
tanto o governo. Aliás, tem
agredido o Bolsa Família, tem
dito que é esmola", afirmou.
Segundo Lula, Jarbas -governador de Pernambuco de
1999 a 2006- recebeu mais recursos do governo quando Lula
já era presidente do que quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ocupava o Planalto.
"Parece que os governantes
tinham birra e não ajudavam
Pernambuco, mesmo quando o
governador era aliado deles.
Pernambuco parecia predestinado ao esquecimento", disse.
Ainda durante entrevista à
Rádio Jornal, Lula fez críticas
indiretas a FHC ao afirmar que
tem "[ex-]presidente que fala
demais". "Eu não acho que um
presidente tenha de imediatamente voltar para a política.
Acho que ele tem de ficar de fora, fazer uma reflexão", disse.
Segundo pesquisa Datafolha
divulgada ontem, Campos e
Vasconcelos apareceram empatados tecnicamente em dois
possíveis cenários na disputa
pelo governo em 2010.
Lula esteve em Pernambuco
para a inauguração da primeira
fábrica da Sadia no Nordeste,
em Vitória de Santo Antão, e de
um trecho da expansão do metrô na região metropolitana de
Recife. A obra, que tem conclusão prevista para novembro de
2010, integra o PAC e recebeu
um total de R$ 392,3 milhões.
O presidente ainda disse que
o país já passou pelo período
mais difícil da crise. "O número
de empregos de fevereiro já não
foi negativo. Nove mil empregos foram criados em fevereiro.
É pouco, mas um sinal extraordinário." E classificou ainda de
"asneira profunda" a crítica de
que teria demorado a tomar
providências contra a crise.
À noite, em Salvador, Lula
disse que seu sucessor não terá
"coragem" de mudar as principais iniciativas do governo na
área social. "Quem quer que ganhe a Presidência, e espero que
seja quem estou pensando, não
terá coragem de mudar." O público começou a gritar o nome
da ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil), presente à cerimônia que marcava o primeiro
aniversário do programa Territórios da Cidadania.
Com Agência Folha, em Salvador,
e colaboração para a Folha Online
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