São Paulo, terça-feira, 24 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em Pernambuco, Lula critica Jarbas e diz que está do lado de Eduardo Campos

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Recife, que já tem "lado" para as eleições ao governo de Pernambuco, em 2010, e criticou o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Lula afirmou que vai apoiar a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB).
"Aqui no Estado de Pernambuco eu tenho lado, e meu lado é Eduardo Campos. Nós temos uma aliança estratégica nacional e nós vamos continuar trabalhando juntos", afirmou, em entrevista à Rádio Jornal.
O presidente disse também que não entende por que Jarbas tem feito críticas ao governo federal. "Eu sempre tratei o senador Jarbas Vasconcelos tão bem, não sei por que ele, eleito senador, tem agredido tanto o governo. Aliás, tem agredido o Bolsa Família, tem dito que é esmola", afirmou.
Segundo Lula, Jarbas -governador de Pernambuco de 1999 a 2006- recebeu mais recursos do governo quando Lula já era presidente do que quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ocupava o Planalto.
"Parece que os governantes tinham birra e não ajudavam Pernambuco, mesmo quando o governador era aliado deles. Pernambuco parecia predestinado ao esquecimento", disse.
Ainda durante entrevista à Rádio Jornal, Lula fez críticas indiretas a FHC ao afirmar que tem "[ex-]presidente que fala demais". "Eu não acho que um presidente tenha de imediatamente voltar para a política. Acho que ele tem de ficar de fora, fazer uma reflexão", disse.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem, Campos e Vasconcelos apareceram empatados tecnicamente em dois possíveis cenários na disputa pelo governo em 2010.
Lula esteve em Pernambuco para a inauguração da primeira fábrica da Sadia no Nordeste, em Vitória de Santo Antão, e de um trecho da expansão do metrô na região metropolitana de Recife. A obra, que tem conclusão prevista para novembro de 2010, integra o PAC e recebeu um total de R$ 392,3 milhões.
O presidente ainda disse que o país já passou pelo período mais difícil da crise. "O número de empregos de fevereiro já não foi negativo. Nove mil empregos foram criados em fevereiro. É pouco, mas um sinal extraordinário." E classificou ainda de "asneira profunda" a crítica de que teria demorado a tomar providências contra a crise.
À noite, em Salvador, Lula disse que seu sucessor não terá "coragem" de mudar as principais iniciativas do governo na área social. "Quem quer que ganhe a Presidência, e espero que seja quem estou pensando, não terá coragem de mudar." O público começou a gritar o nome da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), presente à cerimônia que marcava o primeiro aniversário do programa Territórios da Cidadania.


Com Agência Folha, em Salvador, e colaboração para a Folha Online


Texto Anterior: Crise do Senado "caiu em meu colo", diz Sarney"
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.