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HORA DAS CASSAÇÕES
Penúltimo caso do mensalão deve ser votado amanhã no Conselho de Ética
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ética da Câmara
deve votar amanhã o relatório do
penúltimo processo do escândalo
do mensalão. O deputado Moroni
Torgan (PFL-CE) deve pedir a
cassação de Vadão Gomes (PP-SP), acusado de receber R$ 3,7
milhões do "valerioduto".
Depois de Vadão, restará o processo de José Janene (PP-PR), que
está atrasado devido a um pedido
de aposentadoria por invalidez.
Torgan usará dois argumentos
em seu relatório: a acusação do
empresário Marcos Valério, que
disse ter repassado o dinheiro a
Vadão, em espécie, em um hotel
de São Paulo, e as quebras de sigilo telefônico de Valério e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares,
que apontariam ligações com Vadão. Vadão nega que tenha recebido dinheiro de Valério.
A Folha apurou que a falta de
provas mais concretas do envolvimento de Vadão ameaça o relatório de Moroni, que corre o risco
de ser derrubado pelo Conselho, a
exemplo do que já ocorreu com
Pedro Henry (PP-MT). A cassação de Henry foi pedida, mas os
deputados derrubaram o texto e
sugeriram a absolvição.
A assessoria de Vadão disse que
a acusação é a mais "absurda" e
"mal contada" entre todas as outras e que, caso haja o pedido de
cassação, quem tem de explicar é
o relator, não o pepista. Segundo a
assessoria, o acusado comprovou
que estava em Mineiros (GO) no
dia em que Valério afirmou ter
entregue o dinheiro em São Paulo. Caso alguém peça vista do relatório, a votação só deve ocorrer na
sexta ou na semana que vem. Depois, o parecer segue para votação
no plenário da Câmara.
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