São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 2006

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CAMPO MINADO

Governo baiano tentará um novo acordo

MST diz não abrir mão de terras da Suzano

Leonardo Wen/Folha Imagem
Militantes do MST em assembléia em Teixeira de Freitas (BA)


LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TEIXEIRA DE FREITAS (BA)

Sob um sol de 34 graus, cerca de 3.500 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que invadiram uma fazenda da Suzano Papel e Celulose, no extremo sul da Bahia, decidiram ontem, em assembléia, retomar a invasão caso sejam retirados da propriedade pela polícia.
Na última quarta, o juiz Roney Jorge Cunha Moreira, de Teixeira de Freitas (820 km ao sul de Salvador), determinou a reintegração de posse da área à Suzano, uma das maiores empresas de celulose do Brasil. A invasão ocorreu no último dia 16. Segundo o MST, somente no extremo sul da Bahia a indústria possui 300 mil hectares.
O deputado estadual Walmir Assunção (PT), representante dos sem-terra na Assembléia Legislativa da Bahia, afirmou que a "PM e o Exército têm receio de acatar a decisão judicial". "Lula e o governador Paulo Souto [PFL-BA], que são candidatos à reeleição, sabem muito bem dos riscos que correm se houver um confronto entre nós e os policiais. Aceitamos a negociação, mas não abrimos mão destas terras."
A Casa Militar do governo baiano já havia dito que a determinação da Justiça será cumprida na quarta-feira. No entanto, amanhã, representantes do governo, dos sem-terra e do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) se reunirão em Salvador para tentar um acordo.


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