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PT pede "firme oposição" a governadores tucanos
Em documento, partido admite que coalizão não possui candidato natural para 2010
Texto cobra do governo Lula distância do PSDB e não esconde a irritação com a demora na composição do 2º escalão do ministério
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um texto com dureza incomum em relação ao governo,
o PT condenou a aproximação
com o PSDB e pediu "firme
oposição" aos governadores tucanos José Serra (SP), Aécio
Neves (MG) e Yeda Crusius
(RS). Os dois primeiros são pré-candidatos à Presidência em
2010 e vêm buscando uma convivência pacífica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Tanto o PSDB quanto o
PFL/DEM, embora muitas vezes com táticas diferentes, visam acumular forças para as
eleições de 2008 e 2010. Inclusive por isto, o PT deve ter uma
postura muito firme frente aos
governadores de oposição, em
particular os do PSDB", informa o documento aprovado pelo
diretório nacional no sábado.
No texto, o PT reconhece que
os partidos da coalizão não possuem um candidato natural à
Presidência em 2010, o que alimentaria as expectativas de retorno da atual oposição ao poder. E acrescenta: "A inexistência de uma candidatura natural
para as eleições em 2010 estimula a competição entre os diferentes partidos que compõem a coalizão".
Divulgado ontem, o texto diz
que "o PT realiza uma firme
oposição aos governadores
conservadores e neoliberais, a
começar pelos de Minas, Rio
Grande do Sul e São Paulo". O
trecho foi sugestão das alas "radicais" da sigla, que contou com
apoio quase unânime. Em Minas, porém, os petistas mantêm
relações amistosas com Aécio.
Na contramão do PT, Lula
busca diálogo com os oposicionistas. Somente no último mês,
o presidente se encontrou com
Antonio Carlos Magalhães
(DEM, ex-PFL), Serra e Tasso
Jereissati (PSDB). "As relações
institucionais que nosso governo mantém com os de oposição
devem ser combinadas com
uma oposição de alto impacto
frente a esses governos."
O PT mostrou irritação com
o atraso na composição do segundo escalão. Há cerca de mil
nomes em uma planilha que será levada nas próximas semanas ao governo. "Ao PT interessa que a relação com os partidos da coalizão seja a mais institucional possível. Mas disso
não deveria resultar a demora
na composição do ministério."
Em entrevista divulgada ontem pelo PT, o presidente da sigla, Ricardo Berzoini pede
"sensibilidade" ao governo. Ele
teria ontem um encontro com
Lula, que foi adiado por problemas de agenda, disse o Planalto.
No texto, o PT ainda diz que o
governo "carece de metodologia de gestão da crise [aérea]".
Colaborou a Redação
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