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Deputado é alvo de ação perversa, diz Marina
Para pré-candidata do PV, Ciro Gomes será afastado da corrida presidencial por "intolerância democrática" de aliados
Em blog, senadora afirma que "os mesmos grupos que trabalharam para tirar Ciro da disputa presidencial tentarão agora assimilá-lo"
BERNARDO MELLO FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em texto publicado ontem à
noite em seu blog, a senadora
Marina Silva (PV-AC) atacou
duramente o veto do PSB à pré-candidatura do deputado Ciro
Gomes (CE) à Presidência.
Ela classificou a decisão de
"retrocesso democrático" e
afirmou que o ex-colega de ministério foi vítima de ação "perversa" dos próprios aliados.
"Assistimos agora, com o veto à candidatura de Ciro Gomes, a uma expressão exemplar
desse tipo de intolerância democrática", escreveu. "Não é
admissível que se queira manipular o direito de escolha por
meio da redução forçada do leque de opções."
Numa referência às articulações do PSB para embarcar na
candidatura de Dilma Rousseff
(PT), Marina acusou os políticos que articularam a implosão
de Ciro de não admitirem a alternância de poder no país.
"É fácil prever que os mesmos grupos que trabalharam
para tirar Ciro da disputa presidencial tentarão agora assimilá-lo", afirmou. "Os que costumam agir dessa maneira são
aqueles que têm dificuldade em
transformar a visão democrática em ação e não admitem a alternância de poder."
Segundo Marina, os mesmos
políticos "buscam eliminar os
adversários que querem disputar legitimamente a preferência dos eleitores". "Depois, tentam se colocar como o único
hospedeiro possível para que os
expurgados consigam sobreviver na vida pública", emendou.
Num claro aceno em busca
do apoio de Ciro, que saiu atirando contra Dilma e José Serra (PSDB), a senadora insinuou
que ele agora deve ser cortejado
para apoiar a petista.
"Aquele que foi empurrado
para fora do processo passa então a ser apontado como bom
companheiro, patriota, desde
que aceite ser assimilado por
aqueles que articularam o seu
expurgo", previu. "Perde o país,
perde a democracia."
O ataque de Marina contrastou com o silêncio de Serra e
Dilma, que lideram as pesquisas de intenções de voto. O tucano se recusou a comentar a
retirada da candidatura Ciro, e
a petista evitou o assunto até o
fechamento desta edição.
Desde o início da pré-campanha, Marina tem feito gestos de
aproximação com Ciro, de
quem foi colega de Esplanada
entre 2003 e 2006 -ela no Ministério do Meio Ambiente e
ele no da Integração Nacional.
A senadora gosta de elogiar seu
comportamento no processo
de licenciamento ambiental
das obras de transposição do
rio São Francisco.
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