LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ESTEIO (RS)

O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem que vai procurar nos próximos dias o senador Pedro Simon (PMDB-RS) para que este lhe dê apoio e participe da sua campanha.
"Se depender de minha vontade, Pedro Simon estará conosco na nossa campanha. Temos uma relação de amizade há muito tempo. É uma liderança muito respeitada no Brasil e, independentemente de estar magoado ou não, deve ter nas suas avaliações que nós representamos um bem muito grande para o Brasil", afirmou o petista. ""Espero, nos próximos dias, conversar com o Simon."
O pré-candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro, que estava ao lado de Lula, revelou já ter tentado um primeiro contato.
"Falei com a Ivete [mulher de Simon", que é nossa amiga, em meu nome e em nome de Lula. Na nossa opinião, é um desrespeito que o Rio Grande do Sul e a vida pública dele receberam nessa escolha", afirmou Tarso, dizendo sentir "indignação" pela "falta de consideração" com o senador.
A idéia de Lula é "flertar" com o PMDB descontente. Na sua agenda, está também o governador Itamar Franco (MG). "Muitos estão descontentes no PMDB, e vamos conversar com eles", disse.
O PT decidiu não fazer ataques diretos a Rita Camata (PMDB-ES) na campanha. A pré-candidata a vice será poupada pelo partido, que vai se concentrar nas críticas a José Serra e no que vê como "contradição" da chapa, formada por um governista e uma antiga oposicionista. "A Rita é uma pessoa respeitável, que tem uma história extraordinária. Até ontem [anteontem], era nossa aliada. Não vamos submetê-la a constrangimento", disse o líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha.
Lula disse a produtores de leite em Esteio, que, "se for necessário impor tarifa para que o Brasil incentive a produção interna e não a importação, faremos".