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ENERGIA
FHC inaugura usina sob risco de protesto
WILSON SILVEIRA
ENVIADO ESPECIAL A MINAÇU (GO)
O presidente Fernando Henrique Cardoso inaugura hoje a usina hidrelétrica Cana Brava, em
Minaçu (GO), sob um rígido esquema de segurança montado
para evitar manifestação de integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que
ontem se concentraram no ginásio de esportes da cidade.
Policiais militares de Goiânia,
Porangatu, São Miguel, Goianésia
e Uruaçu e soldados da artilharia
do Exército vindos de Brasília em
quatro ônibus foram espalhados
pela região da usina, distante 28
km do centro da cidade.
Veículos particulares só são autorizados a passar pelas barreiras
montadas na estrada depois de
revistados. Na cidade, as ruas que
dão acesso à estrada são monitoradas por soldados à paisana.
O agricultor Djalma Martins
Dias, da coordenação nacional do
MAB, disse que os integrantes do
movimento vão forçar a entrada
na obra enquanto FHC estiver lá.
O presidente vai de helicóptero
do aeroporto da cidade até a barragem da usina. Segundo o Planalto, os integrantes do MAB não
conseguirão se aproximar dele.
Segundo Dias, a represa da usina, que inundou uma área de 139
km2, desabrigou cerca de 840 famílias, das quais 400 não tiveram
direito à indenização nem a outra
casa porque não eram proprietárias das terras inundadas. Eram
famílias de agregados, meeiros e
outros trabalhadores rurais.
Em julho do ano passado, FHC
cancelou visita à usina hidrelétrica de Machadinho, na divisa de
Santa Catarina com o Rio Grande
do Sul, porque a obra foi invadida
na véspera pelo MAB.
Segundo a Companhia Energética Meridional, detentora da
concessão de construção e operação da hidrelétrica, foram alagadas 252 propriedades, que compreendem 258 famílias, das quais
120 não eram donas da terra. A
empresa afirma que todas elas foram ressarcidas.
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