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CRISE CAPIXABA
Pedido da OAB é analisado por ministério
Ministro admite que poderá haver intervenção no Espírito Santo
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Justiça, Miguel
Reale Jr., admitiu ontem no Rio a
possibilidade de intervenção federal no Espírito Santo depois da
petição feita pela seccional da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) no Estado.
"A OAB, que é a guardiã da defesa do Estado democrático, jamais levaria ao ministro da Justiça o pedido de exame de intervenção no Espírito Santo se não houvesse fatos graves ocorrendo nesse Estado", afirmou o ministro.
José Nunes, porta-voz do governador do Espírito Santo, José Inácio Ferreira (PTN), disse que não
há motivo para uma intervenção.
"O governador está convencido
de que não haverá intervenção."
Ao anunciar a criação de um
grupo de trabalho de combate à
violência no Rio, o ministro disse
que o crime organizado está se espalhando pelo país, e que a situação é ainda mais grave no Espírito
Santo. O pedido da OAB foi motivado pelas ações do crime organizado no Estado. A última delas foi
o assassinato do advogado Marcelo Denadai, no dia 15 de abril.
Reale Jr. disse que o pedido de
intervenção está sendo analisado
no CDDPH (Conselho de Defesa
dos Direitos da Pessoa Humana),
que funciona no âmbito da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, órgão do ministério.
"Essa intervenção pode ocorrer
de duas formas: ou decretada pelo
presidente da República e submetida ao Congresso, ou, o que me
parece mais adequado, a intervenção decretada pelo Supremo
Tribunal Federal, a pedido do
procurador-geral da República,
tendo em vista a violação de direitos humanos", disse o ministro.
Reale Jr. disse que a avaliação do
CDDPH, caso seja pela intervenção, será enviada ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. Segundo o ministro, o conselho dá uma orientação, mas cabe ao procurador-geral decidir
sobre o pedido final . O conselho é
presidido pelo ministro.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA)
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