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CARAJÁS
José de Oliveira foi considerado co-autor de 19 mortes
Advogados de major condenado a 158 anos tentam anular julgamento
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Os advogados de defesa do major José Maria de Oliveira, condenado anteontem a 158 anos de
prisão pela co-autoria das 19 mortes em Eldorado do Carajás, entraram ontem com pedido no Tribunal de Justiça do Pará para anular o julgamento.
O major foi condenado por homicídio qualificado por comandar uma tropa de 66 policiais militares vindos de Parauapebas
(PA) durante o confronto com
sem-terra, em 17 de abril de 1996,
na desobstrução da rodovia PA-150, no sul do Pará.
Oliveira pegou uma pena mínima de 8,3 anos para cada uma das
19 mortes. Foi considerado co-autor porque não seria o principal
comandante em ação -o coronel
Mário Pantoja, condenado a 228
anos e que já recorreu.
"Vamos recorrer pois o júri errou desta vez. Não há provas contra o major e o próprio placar de
quatro a três demonstra a indecisão dos jurados", disse o advogado de defesa Jânio Siqueira.
Oliveira poderá recorrer em liberdade, mas a decisão é contestada pela CPT (Comissão Pastoral
da Terra), pela SPDDH (Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos) e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra).
"O major foi condenado por
crime hediondo e, por isso, é um
equívoco que ele possa responder
em liberdade", afirmou o assistente da acusação Marcelo de
Freitas. A SDDH deve entrar com
um pedido de prisão do major na
próxima semana no TJ.
Para João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, as condenações são apenas "formais".
"Quando chegarem aos 65 anos,
no máximo passarão alguns anos
dormindo no quartel da PM."
A próxima sessão do julgamento de Carajás está marcada para o
dia 27. Vão a júri popular 17 PMs.
A última sessão do caso está marcada para o dia 10 de junho.
Colaborou EDUARDO SCOLESE, da Agência Folha
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