|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prefeito de Mauá intervém em concessão de esgoto
Empresa investigada pela PF ganhou contrato de R$ 1,6 bi na gestão de petista
Licitação, vencida pela
empreiteira que é alvo
da Operação Navalha, foi
condenada por tribunal de SP por suposta ilegalidade
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de Mauá (Grande
SP), Leonel Damo (PV), anunciou ontem a intervenção da
prefeitura na administração da
empresa Ecosama, a concessionária do serviço de esgoto do
município que pertence ao empreiteiro Zuleido Soares de Veras, alvo da Operação Navalha,
desencadeada na semana passada pela Polícia Federal.
Segundo Damo, a intervenção deverá se estender até o julgamento final do processo do
TCE (Tribunal de Contas do
Estado) que apontou supostas
irregularidades no contrato de
concessão, formulado e assinado em 2003, na gestão do então
prefeito Oswaldo Dias (PT).
A Ecosama fatura entre R$
1,7 milhão e R$ 1,8 milhão por
mês, a partir da cobrança de taxas de esgoto dos moradores. O
contrato prevê pagamento R$
1,62 bilhão ao longo de 30 anos.
"O Ministério Público e o tribunal [TCE] estão trabalhando
no caso. Prefiro esperar as conclusões para me pronunciar",
disse Damo. No entanto, adiantou que, caso a apuração decida
pela ilegitimidade do contrato,
irá buscar formas de rompê-lo.
A Folha noticiou, no último
domingo, que o contrato foi
condenado em 2006 por votação da primeira câmara do
TCE. Segundo os três conselheiros, o edital da licitação
continha detalhes que restringiram a competição entre as
empresas interessadas. De 41
empresas que retiraram o edital, apenas a Gautama e um
consórcio formado por duas
empresas conseguiram se habilitar e apresentar as propostas.
O nome do interventor da
Ecosama deverá ser anunciado
hoje. A decisão também tem
como base inquérito do Ministério Público, que investiga a
legalidade da licitação.
No final da tarde de ontem,
representantes da prefeitura se
reuniram com a promotora de
Justiça Adriana Ribeiro Soares
de Morais para discutir uma
saída jurídica para o bloqueio
das contas bancárias da Ecosama, ordenado anteontem pelo
STJ (Superior Tribunal de Justiça) a pedido da Polícia Federal. Os funcionários temem
problemas no recebimento de
salários.
O ex-prefeito Oswaldo Dias é
procurado pela reportagem
desde a última sexta-feira, por
telefone, por meio de sua secretária ou junto a dois vereadores de sua antiga base aliada,
mas não deu nenhum retorno
ao pedido de esclarecimentos.
Texto Anterior: Delcídio Amaral quita dívida por aluguel de avião Próximo Texto: Grampo revela contato entre Mauá e Gautama Índice
|