São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004

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PAINEL

Dossiê vice 1
Tucanos levaram a Geraldo Alckmin relatório sobre processo em que Gilberto Kassab, vice escolhido pelo PFL para José Serra, foi condenado por improbidade administrativa praticada quando secretário do Planejamento de Celso Pitta. A leitura impressionou o governador.

Dossiê vice 2
Em 1998, a 10ª Vara da Fazenda Pública tirou os direitos políticos de Kassab por cinco anos. Em 2000, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a sentença, depois suspensa pelo STJ. O novo julgamento, ainda sem data, caberá à mesma turma de desembargadores do TJ-SP.

Precedente histórico
No PFL, procura-se minimizar o elo Kassab-Pitta. Se Claudio Lembo foi secretário de Paulo Maluf e hoje é vice de Alckmin, por que o deputado não pode ser de Serra?, pergunta a sigla.

Mão fechada
Tucanos aflitos com a solução Kassab acham que a generosidade de Alckmin poderia levar o PFL a oferecer outro nome. Porém, das duas novas pastas cobiçadas pela sigla, o governador até agora topou entregar meia.

Reserva de mercado
Além das já controladas Justiça e Esporte, o PFL deverá levar a Secretaria da Habitação. Mas, a exemplo do que faz o petismo federal, o governo tucano guardará para si a jóia da pasta. No caso, a CDHU, responsável pela construção de casas populares.

Junta médica
Ontem à noite, uma reunião tucano-pefelista discutia o vice no Palácio dos Bandeirantes.

Ponto de vista
Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre José Dirceu, para quem a avaliação de Lula "não está caindo; está crescendo": "Vai ver o Aldo Rebelo mostrou a ele o gráfico da pesquisa Sensus de ponta-cabeça".

Hora de cobrar
O PT decidiu punir os parlamentares que rejeitaram o salário mínimo de R$ 260. José Genoino estava na moita até agora para não engrossar o coro dos dissidentes na Câmara, onde os votos contra o governo subiram de cinco para nove da primeira para a segunda votação.

Sem heróis
Para não criar "mártires do mínimo", é pouco provável que os dissidentes sejam expulsos do partido. Além disso, alguns deles serão candidatos em outubro. As penas em estudo vão da advertência à suspensão.

Lugar de honra
A virada no PL, cujo apoio ao governo saltou de 63% para 90,9% da primeira para a segunda votação na Câmara, não foi gratuita. A sigla disputa com o PTB, normalmente mais fiel ao Planalto, a condição de parceiro preferencial do PT nos palanques deste ano e no de 2006.

Conta outra
O PC do B não engoliu a justificativa de Jandira Feghali (RJ) para votar contra o mínimo de R$ 260. É tão candidata a prefeito quanto Vanessa Grazziotini (AM), que votou a favor. Mas o partido, na Câmara, hesita em punir quem disputa a eleição.

Pesos e medidas
Excluído pelo PC do B da disputa por uma vaga na Câmara de São Paulo sob o pretexto de que votou contra Marta Suplicy (PT), o vereador Cláudio Fonseca pergunta por que o partido não tirou a legenda de Jandira Feghali, que em Brasília faz oposição sistemática a Lula.

Neto de peixe
O advogado Bruno Covas, 24, será vice na chapa do tucano Raul Christiano Sanchez à Prefeitura de Santos. Filho de Renata, neto de Mário Covas e coordenador estadual da Juventude do PSDB, foi escolhido depois de o PPS abrir mão do posto, embora permaneça na aliança.

TIROTEIO

Do deputado Paulo Delgado (PT-MG), sobre a possibilidade de a emenda da reeleição ser ressuscitada com o apoio do governo, agora que a Câmara derrubou o mínimo de R$ 275:
-Na base parlamentar que Waldomiro operava, a reeleição teve preço definido. Os R$ 15 que separam R$ 260 de R$ 275.

CONTRAPONTO

Sabedoria oriental

Na viagem que fará ao Japão em agosto, Aécio Neves pensa em visitar a província de Yamanashi, que tem acordo de irmandade com Minas Gerais.
Assinado em 1973, ele é fruto da relação mantida entre governadores mineiros e empresários japoneses desde a sociedade que permitiu construir a Usiminas nos anos 60. De Yamanashi veio a mão-de-obra especializada que transformou o cerrado mineiro com o cultivo de grãos.
Na década de 60, técnicos japoneses analisaram o solo da região. Na reunião feita para apresentar as conclusões, o então governador Israel Pinheiro perguntou quais eram as chances de aproveitamento econômico:
-Terra muito ruim-, respondeu o chefe da missão.
Por suspeitar que o visitante ocultasse seu interesse comercial, o governador rebateu:
-Ora, se a terra fosse boa eu não precisaria de vocês!


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