São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004

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Nome do vice de Serra opõe PSDB e PFL

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

A três dias da convenção que selará a aliança entre o PSDB e o PFL na eleição municipal paulistana, um clima de mal-estar ronda os bastidores das duas siglas. O pano de fundo é a indicação do deputado federal Gilberto Kassab (PFL) para o cargo de vice na chapa do tucano José Serra.
O nome de Kassab não agradou aos aliados de Serra. O parlamentar foi secretário de Planejamento de Celso Pitta entre 1997 e 1998.
O PSDB apostava em outro nome para o posto, como Lars Grael, ex-secretário de Juventude. Mas a falta de um entendimento entre as duas legendas levou à indicação de Kassab, nome estritamente ligado à máquina pefelista.
Ontem um integrante da bancada estadual do PFL protocolou uma denúncia contra um dos secretários mais fortes do governador tucano Geraldo Alckmin. Os tucanos viram no ato uma retaliação do PFL, que teria identificado impressões digitais de setores do PSDB em uma operação, nos últimos dias, para queimar Kassab.
O deputado estadual Afanázio Jazadji (PFL) entrou com requerimento no Ministério Público do Estado de São Paulo questionando a variação patrimonial do secretário da Educação, Gabriel Chalita, e a compra de um apartamento de R$ 4,5 milhões, revelada pela Folha no começo do mês. Do círculo pessoal de Alckmin, Chalita é um dos cotados para o governo do Estado em 2006.
"O deputado [Jazadji] não consultou o partido [antes de fazer a denúncia]. Ele tem toda a autonomia para agir de acordo com os limites da competência de um deputado estadual", declarou o vice-governador Cláudio Lembo, um dos principais articuladores da aliança da sua sigla com o PSDB.

Imóvel luxuoso
Na representação, foram anexadas cópias do "Diário Oficial", onde foi publicada a declaração de bens do secretário. O patrimônio dele passou de R$ 741.413, em 2000, para R$ 1.928.576, em 2002.
Afanázio Jazadji, que faz parte da base governista de Alckmin, questiona a origem dos recursos para a compra do imóvel, localizado em Higienópolis, um dos bairros mais nobres de São Paulo. Segundo coluna de Mônica Bergamo, na Folha, o apartamento é um dúplex, com piscina, e tem 1.500 metros quadrados.
"Só estou questionando como ele comprou o imóvel. Disse que vendeu outros herdados. Isso não consta da declaração. Pelo que sei ele vem de uma família humilde do interior paulista", disse Jazadji.
A assessoria de imprensa de Chalita não comentou a variação patrimonial do secretário. Em nota enviada à Folha, disse: "A representação tem motivação política e é baseada em informações falsas. Isso fica claro numa simples consulta ao cartório de imóveis". Também não informaram qual o valor pago pelo apartamento na capital.
As convenções de PSDB e PFL estão marcadas para sábado, na Assembléia Legislativa.


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