Parte do PSB ainda resiste, mas vereadores do bloquinho pressionam por acordo

Se atrair todo o bloquinho, aliança pró-petista terá o 2º maior tempo de TV da eleição; convenções das siglas são no fim de semana

RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

Depois de meses de intensas negociações entre seus partidos, Marta Suplicy (PT) e Aldo Rebelo (PC do B) se encontram entre amanhã e quinta-feira para selar a dobradinha entre os dois. A ex-prefeita ligou no final de semana para Aldo, que desistiu de sua pré-candidatura na semana passada e aceitou ser vice da petista.
"Vou me colocar à disposição para ajudá-la no que for preciso", afirmou ontem Aldo, que por muito tempo resistiu ao acordo. No final, pesou o apelo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Eduardo Campos (PSB-PE), além de pressão dos candidatos a vereador do bloquinho (PC do B, PSB e PDT).
Hoje o PT-SP se reúne com os dirigentes municipais do bloquinho para finalizar os termos da aliança que dará a Marta o segundo maior tempo de TV da disputa. Os quatro partidos têm convenções marcadas para sábado e domingo.
Apenas o PSB, representado pelo vereador Eliseu Gabriel, ainda manifesta resistência ao acordo -"Caminhávamos para uma candidatura própria do bloquinho, agora estamos em fase de transição"-, mas o PT e setores do próprio PSB já dão como certa a aliança.
Em troca do apoio a Marta, os partidos do bloquinho apresentarão propostas ao plano de governo e obterão a garantia de participação em uma possível nova gestão Marta. Além disso, PC do B e PRB vão se coligar também com o PT na eleição de vereadores. PSB e PDT tendem a sair sozinhos nessa disputa.
"As colocações do PSB e dos outros partidos do bloquinho são absolutamente naturais, fazem parte da negociação", afirmou o presidente do PT de São Paulo, José Américo. "Queremos que o PSB venha conosco", disse o presidente do PDT municipal, Claudio Prado.
Deputados federais e estaduais, vereadores e dirigentes petistas que estão à frente da candidatura de Marta se reuniram com ela ontem. Todos receberam um esboço do programa de governo. O PT afirma ter fechado coligação também com o nanico PTN. E está em negociação com o PSC.
A intenção dos petistas é realizar um ato político antes das convenções para marcar o apoio do bloquinho. Dirigentes nacionais das legendas, como o governador Eduardo Campos (PSB-PE) e o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), serão convidados.
Desde que deixou o Ministério do Turismo, no último dia 3, Marta se dedica a eventos de rua e a negociações para sua chapa.
Além disso, tem participado de seminários ao lado de ministros do governo Lula. Ela já fez isso com Dilma Rousseff (Casa Civil) e Fernando Haddad (Educação), ambos do PT. Mas José Gomes Temporão (Saúde), do PMDB, se recusou a comparecer ao evento, previsto para hoje. O PMDB apóia a candidatura do prefeito Gilberto Kassab (DEM). Na semana que vem, está confirmada a presença de Tarso Genro (Justiça).


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