São Paulo, Quinta-feira, 24 de Junho de 1999
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PAINEL


Ato de bravura

Tucanos brasilienses querem fazer crer que a demissão da diretoria do Banespa deve ser entendida como sinal de que FHC falava sério quando disse que chegara ao limite da tolerância. Resta saber como o presidente vai se comportar quando enfrentar alguém do seu tamanho.

Refresco institucional

Veio a calhar a esticada de ACM a Paris. Dá um tempo para que atuem os bombeiros da crise Congresso-Judiciário. O baiano alega que precisava descansar e que a viagem já estava programada. Mas governistas avaliam que foi uma confissão de erro.

Paletó folgado

Nem tucanos acham que o figurino Sérgio Motta e Mendonção cai bem em Pimenta da Veiga (Comunicações), que passou pito no Congresso e foi desautorizado por FHC. Motivo: o poder dos dois residia na proximidade com o presidente, o que o mineiro não ostenta nem de longe.

Versão tucana

Para registro: o PSDB ainda tentou suspender a posse do delegado João Batista Campelo na direção da PF, horas antes de ela ocorrer. Mas FHC, em viagem a Assunção, não foi encontrado.

Negócios à parte

Itamar, que passou ontem por Brasília, não tem a menor vontade de uma reaproximação pessoal com FHC. A recíproca é verdadeira. Mas ambos trabalham para desobstruir os canais administrativos entre MG e a União.

Luvas de pelica

Recado enviado por Neudo Campos para João Batista Campelo: o delegado volta na hora que quiser para a Secretaria da Segurança estadual porque, em Roraima, quem manda é ele.

EUA x Brasil

James Carville, o publicitário norte-americano que assessorou Maluf, está na campanha do peronista Eduardo Duhalde, na Argentina. A campanha de Fernando de la Rúa, concorrente da oposição à sucessão de Menem, é feita por publicitários do Paraná e de Santa Catarina.

Ambiguidade francesa

Está agora nos documentos oficiais da diplomacia da França: ficará apenas para julho de 2001 a negociação sobre questões tarifárias da área de livre comércio Mercosul-União Européia. Antes disso, só acertos sobre divergências secundárias. A cimeira do Rio perde o prato principal.

Nó para o futuro

A França não queria compromisso algum. Foi convencida pela Alemanha, Espanha e outros parceiros da UE. Os franceses resistem a uma nova concorrência externa a sua produção agrícola.

Uma no cravo...

Ciro Gomes estará amanhã em SP para a filiação ao PPS de três deputados estaduais egressos do PMDB. Adversário neurológico de FHC, ele avalizará o apoio local de seu partido a Covas.

...outra na ferradura

O governador Mário Covas (PSDB) recebe na segunda de manhã a bancada do PPB, partido de Paulo Maluf, na Assembléia Legislativa de SP.

Jogo de empurra

Prefeito de Ribeirão Preto (SP), o tucano Luís Roberto Jábali diz que, para limitar os gastos com funcionários ao teto de 60% da arrecadação, terá de demitir 2.500 ou de dobrar o IPTU. Mas põe a culpa na gestão anterior, do PT, que teria aumentado em 25% o número de servidores.

Dança típica

De Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, sobre vereadores paulistanos sentirem-se agredidos por cartaz que os acusava de ter enterrado a CPI da máfia da propina: ""Deveriam aproveitar o mês de junho para dançar a quadrilha".

Visita à Folha

Carlos Leal Villa, presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo e da Vega Engenharia Cia. Ambiental, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Mauro Lopes, da MVL Estratégia de Comunicação.

TIROTEIO

De José Aníbal, secretário paulista de Ciência e Tecnologia, e cotado como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo no ano que vem, sobre Marta Suplicy (PT), que lidera pesquisa de intenção de voto do Datafolha:
- Considerando o tempo que falta para a escolha e a forma como a ex-deputada se coloca, quando chegar a eleição, ela já estará no meio do mandato.

CONTRAPONTO

Trocadilho ademarista
Governador de São Paulo no começo da década de 60, Ademar de Barros, por seu jeito populista, era frequentemente abordado por eleitores, que lhe pediam dinheiro.
Quando desconfiava das intenções do interlocutor, o político costumava se sair da situação com humor e ironia.
Uma das histórias que se contam dele teria ocorrido no bairro paulistano do Cambuci.
Ademar foi procurado por um grupo de desocupados da região. Eles disseram pertencer a um fictício Centro Espírita João Caveira e pediram uma contribuição.
O governador mandou chamar o líder deles e disse:
- Também sou paranormal.
Começaram a conversar, até que João Caveira perguntou:
- Como o sr. descobriu a sua paranormalidade?
Ademar teria dito:
- Foi quando eu tinha sete anos. Puxava a saia da empregada. E ela gritava: ""Pára anormal, pára anormal!"

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