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Bonsaglia já foi ameaçado
DA REPORTAGEM LOCAL
Menos de seis meses depois de
assumir o cargo de procurador da
República em São Paulo, em 1991,
Mário Luiz Bonsaglia teve ligações telefônicas grampeadas, recebeu cartas anônimas e várias
ameaças de morte.
Tudo porque havia decidido seguir à risca a recomendação do
subprocurador-geral Cláudio
Fonteles, no curso de introdução
do MPF, em Brasília: "Vocês têm
que pegar os tubarões".
Recém-nomeado, Bonsaglia fora designado para o inquérito das
importações superfaturadas de
equipamentos de Israel para as
universidades paulistas e para as
polícias, no governo Orestes
Quércia (PMDB). Como credencial para a indicação, valeu sua experiência na Procuradoria do Estado, quando criara a fama de ser
um "procurador combativo".
Essa vocação, contudo, só viria
a se firmar depois de muita hesitação ainda na época de estudante,
no município de Avaré (SP).
Bonsaglia hesitava entre estudar
física ou medicina, tendo também
frequentado o curso de jornalismo. Em 1982, trancou a matrícula
no curso de direito e fez vestibular
de medicina. Dois anos depois,
abandonaria as pretensões de vir
a ser médico e prestou concurso
para procurador.
Quando sofreu as maiores pressões no caso das importações de
Israel, Bonsaglia contou com o
apoio do então procurador-geral
da República, Aristides Junqueira, e da procuradora-chefe em
São Paulo, Cleide Previtalli Cais.
O episódio inauguraria a rotina
de escalar nos casos mais complexos um grupo de procuradores,
distribuindo os riscos.
(FV)
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