TIAGO AGUIAR
DA REDAÇÃO

"Mesmo que o governo gaste bilhões no social não terá resultados. O brasileiro precisa mudar a sua forma de pensar. E isso leva tempo", diz Saulo Garroux, 54, um dos fundadores da ONG (organização não-governamental) Casa do Zezinho.
A iniciativa tem por objetivo afastar os jovens da influência da violência e do tráfico e ocupar o tempo livre deles com atividades culturais e esportivas.
B.O., 11, é um exemplo de criança que foi tirada de um ambiente violento pela ação da ONG. O pai o espancava diariamente. Quando chegou na Casa do Zezinho, tinha marcas por todo o corpo. Hoje mora com a avó e frequenta a escola.
Júlio, 19, é outro exemplo de jovem que encontrou alternativas na ONG. Começou a participar aos 16 anos. Um irmão de Júlio foi indiciado por tráfico de drogas. Júlio não tem mais contato com o tráfico.
Mas participar de ONGs não é panacéia para a violência. Há cerca de um ano, Júlio foi esfaqueado em casa pelo padrasto, que havia bebido. Além disso, as drogas continuam sendo um atrativo: "Meu concorrente é o traficante. Qualquer aviãozinho [jovem que transporta drogas para os traficantes" ganha R$ 600", diz Garroux.


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