São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUMO ÀS ELEIÇÕES

FHC anunciou pacote de R$ 7,2 bilhões; metade sai neste ano

Governo usa FAT para criar empregos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo lançou ontem um pacote de empréstimos com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Serão liberados R$ 7,2 bilhões, sendo R$ 3,6 bilhões neste ano. O objetivo é gerar novos empregos, o que pode melhorar a imagem do governo num ano eleitoral e ajudar o candidato tucano José Serra.
As medidas foram anunciadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, o que não acontece normalmente. "Tem momentos em que precisamos manter viva a capacidade de tomar decisões que permitam a continuidade da atividade econômica", disse.
FHC afirmou que essas medidas "podem ativar o emprego e melhorar as condições de vida, sobretudo dos pequenos e micro empreendedores e dos trabalhadores nessas áreas".
O momento é ruim tanto para a economia, devido aos sinais de desaceleração e aumento da taxa de desemprego, como para o candidato do governo à Presidência da República, José Serra, que perdeu o segundo lugar nas pesquisas para Ciro Gomes (PPS).
O ministro Paulo Jobim (Trabalho) negou que a decisão de FHC de anunciar pessoalmente as medidas, tomadas em reunião do Codefat (Conselho Deliberativo do FAT), tenha caráter eleitoral. "Como as propostas do Ministério do Trabalho foram aprovadas, o presidente se sentiu estimulado a anunciar pessoalmente", disse.
O Codefat é formado por representantes do governo, de centrais sindicais e de entidades empresariais. Normalmente, as decisões são anunciadas com discrição pelos próprios membros do conselho, após a reunião, nos corredores do Ministério do Trabalho.
Segundo Jobim, com os recursos, serão criados ou mantidos 4 milhões de empregos até 2003.
O programa que recebeu a maior quantidade de recursos foi o Pró-Emprego 3. Ao todo, são R$ 4,5 bilhões em três anos -R$ 1,5 bilhão por ano, a partir deste. Os recursos, R$ 1 bilhão a mais do que nos dois último Pró-emprego (1999-2001), serão repassados pelo BNDES para empresas que decidam investir em infra-estrutura nos setores de energia, transportes, saneamento e turismo.
O Codefat aprovou também a criação de uma linha de microcrédito, com recursos de R$ 1 bilhão. Além dos bancos oficiais, os recursos dessa linha serão repassados por agentes de crédito (sindicatos e associações de moradores, por exemplo).
O Proger -linha de crédito para micro e pequenas empresas- foi modificado para que os empresários possam ter mais recursos para capital de giro. Os novos recursos são de R$ 1 bilhão.
A quantidade de empresas que pode pegar os empréstimos aumentará, porque agora serão consideradas micro ou pequenas empresas as que têm faturamento de até R$ 3 milhões. Antes, o limite era de R$ 1,2 milhão. O teto dos financiamentos do Proger subiu de R$ 50 mil para R$ 100 mil. O Proger rural também foi modificado e terá mais R$ 700 milhões.


Texto Anterior: Orçamento: Governo corta R$ 4 bi, mas favorece parlamentares
Próximo Texto: Caixa Dois: Polícia Federal indicia Taniguchi
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.