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União estuda compensar com verba os Estados
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para tentar resolver o impasse na negociação da reforma
tributária com os governadores, o Planalto analisa outras
formas para aliviar o caixa dos
Estados. Uma das fórmulas em
estudo prevê a liberação de verbas para obras.
O governo federal está decidido a não dar um centavo da
arrecadação da CPMF para os
Estados. Os governadores pedem 0,10% do 0,38% que a
União cobra (para Estados,
0,08%, e cidades,0,02%).
Por outro lado, o governo deve apresentar propostas em relação à Cide e a um fundo de
compensação para as perdas
da Lei Kandir, que desonerou o
ICMS das exportações.
É certo, no entanto, que a
proposta do Planalto será diferente daquela apresentada pelos governadores -25% da arrecadação da Cide e um fundo
com um valor de cerca de R$
8,5 bilhões. A União deve chegar a cerca de R$ 6 bilhões, o
valor do ano passado.
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse ao relator da reforma tributária, Virgílio Guimarães (PT-MG), que
não há pressa para a votação do
parecer sobre a proposta. Mas
o parlamentar pretende ler o
parecer na próxima semana.
Ao dizer que não tem pressa,
Palocci tenta diminuir a pressão por mudanças enquanto
negocia nos bastidores. Trata-se de uma tática arriscada, na
avaliação de membros da coordenação política do Planalto.
Os governadores, por exemplo, já se articulam para fazer as
mudanças de seu interesse diretamente no Congresso, especialmente no Senado, mais suscetível aos Estados.
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que não gostou da
atuação de sua equipe política
na negociação da previdenciária, pretende assumir a condução da tributária. Lula tenta
unificar o discurso do governo.
Lula pediu aos líderes políticos e aos ministros envolvidos
com as duas reformas que
atuem coordenadamente e
combinem as iniciativas.
Lula quer evitar o que aconteceu na reforma previdenciária,
quando parte do governo se
envolveu nas negociações para
as mudanças e outra parte disse
ser contrária a elas.
Os governadores têm uma
extensa agenda de contenciosos com a União, além da tributária. A maior parte dos Estados reclama dinheiro para
obras prioritárias. Outros reclamam da defasagem do valor
estabelecido para o ensino fundamental, por exemplo.
Atendendo a parte disso, o
governo espera desmontar
mobilização dos governadores
no Congresso para mudar
substancialmente a reforma.
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