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Citado pela PF, Heráclito pede que delegado seja investigado
Senador questiona no Ministério da Justiça e na PF vazamento de dados do caso Dantas
Polícia afirma que pedido
de processo administrativo será enviado a São Paulo; defesa ainda analisa se irá pedir que caso suba para STF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Heráclito Fortes
(DEM-PI) ingressou com duas
representações contra o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz por conta do vazamento de informações do inquérito da Operação Satiagraha, que no começo do mês
prendeu, entre outros, o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito
de São Paulo Celso Pitta.
As representações foram
protocoladas anteontem no
Ministério da Justiça e na sede
da Polícia Federal, em Brasília.
Ambas, segundo a assessoria de
imprensa da PF, serão encaminhadas à Superintendência da
PF em São Paulo, onde já se encontra aberto um inquérito sobre o vazamento de informações da operação -a medida foi
tomada por causa da divulgação de imagens de prisões no
dia da ação da polícia.
Endereçadas ao ministro
Tarso Genro (Justiça) e ao diretor-geral da PF, Luiz Fernando
Corrêa, as representações pedem instauração de "processo
administrativo" contra o delegado Queiroz. Os advogados de
Heráclito Fortes são Délio Lins
e Silva e Délio Júnior.
"(..) Teor das inúmeras matérias constata-se que a autoridade policial a eles [órgãos de comunicação] vazou os elementos colhidos na investigação, ao
que parece, com o único e claro
escopo de prejudicar a imagem
também de outras pessoas, não
envolvidas nos fatos tidos como criminosos e em apuração,
como no caso do senador requerente", afirma o texto da representação.
Heráclito está nos Estados
Unidos, onde deverá permanecer até o fim de julho, quando
acaba o recesso parlamentar.
Em entrevista pela manhã à
Agência Senado, o senador atacou o delegado da PF ao comentar o arquivamento do pedido de impeachment contra o
presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
"Quem merece impeachment é o delegado Protógenes",
disse ele à agência. Mais tarde,
questionado pela Folha, o senador preferiu diminuir o tom.
"Fui orientado pelos meus advogados a não dar mais declarações para não atrapalhar as
medidas que estão sendo tomadas", afirmou.
O delegado está fazendo um
curso de especialização na PF
e, procurado desde segunda,
não quis falar sobre o caso.
Para Heráclito, a PF selecionou a divulgação de dados do
inquérito para prejudicá-lo. Na
segunda, a Folha publicou reportagem mostrando que ele é
citado em cinco situações diferentes no inquérito. Em uma
delas, Queiroz classifica o senador como "integrante da rede
de influência do banco Opportunity no poder".
A defesa de Heráclito ainda
não decidiu se pedirá a transferência do inquérito para o STF,
o que pode ser feito devido ao
direito do senador a foro privilegiado. "Cheguei a São Paulo
ontem [anteontem] e ainda estou tirando cópia do inquérito.
Só depois disso deveremos tomar uma decisão", afirmou Délio Júnior.
(ADRIANO CEOLIN)
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